Revista Nerd
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
Tropa de Elite
Vitima da pirataria?Vitima do sistema falho?Vitima dos encostos??
Difícil determinar de onde vem tamanha intensidade relacionada ao filme estrelado por Wagner Moura.Para o diretor José Padilha a situação pode parecer ainda mais extrema.Antes mesmo do polêmico caso de pirataria,o diretor teve que presenciar o seqüestro de parte da equipe de produção e o roubo de varias armas cenográficas e adaptadas durante a gravação de algumas cenas na favela.
Não fosse isso dor de cabeça suficiente,pouco depois da finalização do filme uma cópia teria vazado de dentro da própria produtora meses antes da estréia prevista,deixando os responsáveis e produtores executivos(inclusive internacionais)de cabelo em pé.
Seria o inicio de um efeito cascata nunca antes presenciado pelo cinema nacional.Em pouco tempo as cópias que circulavam exclusivamente em terreno carioca se espalharam em todo o território nacional.
Estima-se que 3 milhões de pessoas já tenham visto o filme que teve o seu lançamento adiantado para o dia 5 de outubro no Rio de Janeiro e São Paulo e 12 de outubro no restante do pais.
Em pré estréia no Festival do Rio no final de setembro,a exibição do filme foi marcada com protestos anti pirataria.
Mesmo antes da estréia oficial o filme ainda teve que lidar com as acusações de que não passava de uma obra fascista.Sem contar com protestos do próprio BOPE que tentou na justiça, sem sucesso, impedir a exibição da película,alegando que o filme fere a imagem da corporação.
Mesmo com tudo isso a Paramount parece acreditar que tem ouro de verdade nas mãos e esta disponibilizando cerca de 250 cópias do filme em todo o Brasil.Números que rivalizam com grandes produções estrangeiras.
No fim das contas...se a pirataria dessa vez ajudou ou prejudicou ,só a partir do dia 5 saberemos.
Pony

Em uma noite aparentemente comum em uma favela do Rio, por sinal em dia de baile funk, um tiroteio acontece e as vidas de três homens vão se colidir. André e Neto são grandes amigos que entraram juntos na corporação policial, porém encontram obstáculos dentro da policia, cheio de sonhos e vontades, um agia com a mente (André) e o outro com o coração (Neto). E nesse emaranhado encontra-se o capitão Nascimento do BOPE, que está vivendo uma tormenta, tanto no trabalho quanto na vida pessoal e com o encontro com esses dois jovens policiais faz com que Nascimento finalmente encontre o seu substituto para o BOPE, a tropa de elite.

Em um ano onde a internet se tornou um efeito com danos irreparáveis para o cinema, a mais nova “vitima” o filme Tropa de Elite de José Padilha, o mesmo do documentário ônibus 174, e que conta no elenco misto entre atores globais (ou não) como Wagner Moura, Caio Junqueira, André Ramiro, Fernanda Machado, Fernanda de Freitas e que trata de um tema delicadíssimo que é sobre o BOPE, a tropa de elite da cidade do Rio de Janeiro.

Antes de comentar sobre o filme, um fato que se torna cada vez mais inegável tanto para os cinéfilos, quanto para o mundo do cinema em geral que são os suspeitos e enigmáticos vazamentos de filmes pela internet, mas não daqueles que saem no cinema e sempre vem um rapaz se achando o cara e grava porcamente um filme e divulga na net. Não, a situação é mais melindrosa e mais complicada do que se imagina, por que em algumas situações, copias da produtora são muitas vezes por pessoas da própria empresa e faz a venda ilegal ou divulga o filme na net. E muita vez pode ser mais um motivo para o filme fracassar ou não.

Outro fato pertinente do filme é claro, a força eletromotriz do filme, a policia e seu papel. O filme questiona de uma maneira até que curiosa sobre o sistema de segurança do Rio na década passada e nos últimos anos, as coisas não mudaram tanto assim (pode ter melhorado ou não), outro fato também que faz questionar é como apesar de terem a mesma função (no qual se baseia em segurança do estado e da população) são tão distintos da realidade onde se vive. Também mostra a insatisfação da corporação com o baixo salário que o estado dá aos seus funcionários deixando assim moralmente frágeis e em alguns casos a corrupção e trabalhos extra-corporativos (em alguns casos ilícitos).

E nesse universo tão distorcido e tão real, existe o BOPE, a tropa de elite da policia carioca, que apesar ser parte da policia militar, exerce uma função totalmente diferente da própria policia e ela não poupa esforços para isso. Durante o longa percebemos nas palavras edificantes do Capitão Nascimento de como o BOPE não tolera impunidade em nenhum grau, prova disso é como ele trata alguns corruptos que tentam entrar no BOPE e não conseguem. Também o filme mostra o duro treinamento da força de elite, fazendo até pior do que a SWAT e o exercito.

O roteiro se baseia no livro Elite de Tropa de Luis Eduardo Soares e de mais dois policiais, André Batista e Rodrigo Pimentel. E como na maioria das adaptações de livros do cinema, o caldo do livro não está 100% no filme e a narrativa do personagem Nascimento soa em determinados momentos pretensiosa, mas isso não atrapalha e faz com que alcance a massa com sua narrativa ágil.

As atuações do filme são algo de outro nível, principalmente para Wagner Moura que para alguns é um grande ator, mas que nesse filme conquistou toda a minha atenção (por que cara que atua em novela no Brasil não atua... finge que faz algo) fazendo um personagem que demonstrava segurança em seu trabalho e instabilidade na vida pessoal, uma grande atuação sem duvida. Também André Ramiro e Caio Junqueira fazem atuações fortes para esse tipo de filme. Também tem duas atrizes globais, Fernanda Machado faz uma atuação um pouco acima da media do que ela faz na novela Paraíso Tropical e Fernanda de Freitas faz o papel da vida dela. Mas o resto são atuações de alto nível.

Junto com uma quase impecável direção de José Padilha, com atuações memoráveis de todo o elenco, destacando-se mais Wagner Moura, e com uma linguagem que é ao mesmo tempo, povão e de alto nível (coisa que poucos filmes nacionais conseguem juntar) tornam um dos candidatos ao melhor filme desse ano e ainda mais, se a bilheteria brasileira computasse as vendas de dvd pirata, o filme poderia bater recordes de bilheteria. E diferente e inexplicavelmente eficiente do que nos EUA, os responsáveis de quem divulgaram o filme na NET serão devidamente punidas, provando que o sistema penal brasileiro funciona para algumas áreas, outras... É melhor nem citar.
JP Rodrigues
posted by Revista Nerd @ 22:18   2 comments
Festival do Rio
Um apanhado dos filmes conferidos no festival por nosso correspondente PH Marinho;

Hairspray – Em Busca da Fama


Devido ao trânsito, cheguei com um atraso de 5 minutos à exibição do Filme Hairspray – Em Busca da Fama, uma pena que hei de reparar quando o filme entrar em circuito no dia 05 de outubro.
Bom, mas vamos ao filme. Como disse, cheguei atrasado e, ao entrar na sala escura e lotada, deparo-me com a figura de John Travolta na tela, melhor dizendo, Edna Turnblad, mãe da protagonista do filme, a rechonchuda Tracy Turnblad. Impossível não esboçar um sorriso só ao ver a figura do ator travestido na personagem.
Continuando, o que eu vi na tela hoje permanecerá na minha mente por muito tempo, o filme é excelente! Sabe aqueles filmes simpáticos que fazem você sair do cinema com um sorisso de orelha a orelha?

O filme fez-me lembrar Grease – Nos Tempos da Brilhantina (musical que adoro), só que é muito superior. O elenco está em estado de graça, mais à frente, eu faço questão de citar um a um. Por hora, atrevo-me a dizer que Hairspray – Em Busca da Fama é o melhor musical em muitos anos, superior mesmo a Moulin Rouge e até mesmo a Chicago, na minha opinião!
Mérito do Diretor Adam Shankman, o mesmo que fez bobagens como Operação Babá e Doze é Demais, que deve ter se divertido muito durante as gravações, por que isso se percebe na tela! É nítido, ele foi de um bom gosto e de uma sutileza desde a escolha do elenco até a escolha do cenário, passando pela excelente coreografia e, é claro, na escolha das músicas (acredite, é impossível não cantarolar as músicas, elas grudam na cabeça e inevitavelmente você irá pegar-se balançando a cabeça ou mesmo batendo com o pé no chão ao ritmo delas – Eu fiz isso). Enfim, posso afirmar que Adam Shankman fez um excelente trabalho e está perdoado pelas bobagens do passado.

E o elenco? Ah, que elenco: Nikki Blonsky (Tracy Turnblad, impecável, entrando pela porta da frente do cinema, tomara que sua anatomia, um tanto quanto “rechonchuda” não a limite e a rotule e a impeça de tentar novos caminhos no cinema); John Travolta (de Pulp Fiction, perfeito, parece que nasceu para o papel de Edna Turnblad, tamanha a desenvoltura do ator, que canta, dança e representa com uma leveza que você esquece que ali está um ator envolto em roupas de enchimento e com quilos e mais quilos de maquiagem); Michelle Pfeifer (de O Feitiço de Aquila, mais linda do que nunca, é a vilã da história, Velma Von Tussle, diretora da emissora que faz tudo para atrapalhar a carreira da novata Tracy); Christopher Walken (de A hora da zona Morta, competente como sempre e também como você nunca o viu antes, leve, simpático, sorridente no papel do patriarca da família Turnblad); Amanda Bynes (de Ela é o cara, comumente insossa, surpreende na pele da melhor amiga de Tracy, Penny); Zac Efron (De High School Musical como Link, interesse amoroso de Tracy, simpático); Queen latifah (como Maybelle, apresentadora do programa O Dia do Negro, contida e sensível, impossível não se emocionar na hora do solo em que ela canta uma música Gospel); James Marsden (de X-Men, Corny Collins, apresentador do programa que tem o seu nome, é ele quem descobre Tracy e a convida a fazer parte do programa, esbanjando simpatia); e mais Britanny Snow (de Operação Babá, Amber, a filha de Velma, invejosa e trapaceira); Elijah Kelley (de 28 dias, Seaweed, filho de Maybelle e interesse romântico de Penny); Allison Janney (de Happy,Texas, como a mãe de Penny, faz, junto com Amanda Bynes, uma das cenas mais engraçadas do filme) , os veteranos Jerry Stiller e Paul Dooley, a participação de Ricky Lake (a Tracy do filme original), do Diretor John Waters, e até mesmo o diretor, o compositor e o roteirista do filme, respectivamente Adam Shankman, Marc Shaiman e Scott Wittman, não quiseram ficar de fora e descolaram uma ponta bacana.
Resumindo tudo, é um filme feito para divertir e que cumpre bem o seu papel e, como se não bastasse, ainda nos faz pensar sobre o preconceito racial.Enfim, um filme para se guardar na memória.
Vale ressaltar que Hairspray – Em Busca da Fama é uma adaptação da peça teatral homônima que, por sua vez, foi uma adaptação do filme Hairspray – e éramos todos jovens do diretor maldito John Waters (Cry Baby, Mamãe é de morte).

NOTA 10

O Preço da Coragem

O Preço da Coragem - é o filme adaptado do livro escrito por Marianne, esposa do jornalista Daniel Pearl, seqüestrado e posteriormente assassinado por terroristas no Paquistão, Oriente médio.
Pode-se falar que o filme é quase um documentário encenado, que conta, passo a passo, o empenho de Marianne, grávida de seis meses, em tentar encontrar o Marido, Daniel, que foi degolado por terroristas paquistaneses e teve sua morte filmada e lançada na internet.
Filmes baseados em histórias reais são sempre mais difíceis de filmar, pois não existe muito espaço para “licença poética”, o diretor fica preso à verdade, e se por ventura quiser sair dela, pode estragar tudo.
Não é o caso de O Preço da Coragem, o filme é uma bela homenagem à família Pearl, com a direção firme e, digamos assim, seca de Wintebotton (de Neste Mundo). A impressão que temos é de que realmente estamos assistindo a um documentário, e, se não fosse a presença de Angelina Jolie como Marianne e alguns poucos atores conhecidos (Dan Futterman – Finalmente num papel importante, como o Jornalista Daniel Pearl, e Will Patton), não saberíamos que estávamos assistindo a um filme.
É impressionante a entrega de Jolie, mesmo com uma peruca ridícula, Angelina não consegue ser feia nunca e ali você consegue perceber que existe uma atriz madura e consciente do seu papel, passando a frieza e fragilidade nos momentos corretos, muitas vezes apenas com a força de um olhar.Meu único senão para o filme é que é um pouco longo. Se tivesse uns quinze minutos a menos, seria impecável.
Uma curiosidade, a verdadeira Marianne Pearl resolveu escrever o livro para apresentar a seu filho o pai que ele jamais iria conhecer.

NOTA 9,0.

Savage Grace

Savage Grace - será conhecido por ser o filme que finalmente dará o Oscar de melhor atriz a Julianne Moore (isso se existir justiça divina!). Ela é, desde já, a minha preferida, e merece, não só por tudo que já fez no cinema (As Horas, Boogie Nights, Fim de Caso, O Mapa do Mundo – tudo bem, ela já fez Evolução e Nove Meses, mas ela precisava pagar o aluguel, ora bolas!), mas também pela sua interpretação de Bárbara Daly Baekeland, protagonista do filme em questão. Savage Grace é uma dramatização da história ocorrida em 17 de Novembro de 1972, quando Bárbara foi assassinada por seu próprio filho, Tony, em um luxuoso apartamento londrino, um caso que ficou marcado como uma das grandes tragédias americanas da história.
O filme conquistou o Festival de Cannes na quinzena dos produtores e não é só sobre a história de uma mãe que tem uma relação incestuosa com o filho e foi assassinada pelo mesmo, mas também é sobre a família como instituição moral e formadora de seres humanos.
O filme tem cenas chocantes, em especial a que se vê a relação sexual entre os personagens Bárbara, seu filho Tony e seu amante gay. Bastante forte!
Não é um filme fácil de ser assistido, é polêmico (Homossexualismo, incesto), pesado, forte, e por vezes muito, mas muito arrastado, cansativo até! Eu diria.Mas é um filme que não deve deixar de ser visto também, além da história é um filme de atores. E Julianne Moore vai ganhar o Oscar por esse filme.
E vocês agora devem estar me perguntando: Mas então? Vale ou não vale a pena? Sim, vale. Por tudo que já foi dito aqui, você não irá se importar com algumas cenas arrastadas não é mesmo?
NOTA 7,0.

Valente – The Brave One

The Brave One - está sendo comparado ao filme Desejo de Matar, só que com saias. Só que eu acho que ele é bem mais que o antigo filme de Charles Bronson.
Nesse filme, a radialista Erica Bain (Jodie Foster) e seu namorado David (Naveen Andrews de Lost) são atacados por um bando de arruaceiros logo no início do filme, resultando na morte do namorado e deixando Erica em estado de coma.
Erica então, ao sair do coma, procura a polícia para saber se eles já têm pistas do seu agressor, mas eles não têm informação alguma. Ela terá que aguardar, mas que ela não se preocupe, pois eles estão trabalhando no caso, dizem. Cansada da inércia policial, Érica resolve se tornar uma espécie de Vigilante da Lei, uma justiceira, e começa a empreender rondas noturnas no encalço do seu agressor, e ai de quem cruzar o seu caminho e ela julgar culpado. Dá-se então início a uma série de assassinatos que desperta a atenção da polícia, em especial o policial Mercer (Terrence Howard). Contar mais do filme só iria estragar a história, o filme é impactante, a cena da morte do namorado de Erica é impressionante, uma das mais fortes que eu já assisti.

Neil Jordan mostra que está em ótima forma na direção firme desse filme, a exemplo de Traídos pelo Desejo, Jordan consegue imprimir sua marca, seja na direção das cenas de assassinato, seja nas horas de humor (sim, você consegue rir em algumas cenas, principalmente nas cenas que o ator Nicky Katt - como o policial parceiro de Mercer - participa.), seja na direção de atores.Terrence Howard está impecável e Jodie Foster, embora eu sinta saudades de uma Jodie um pouquinho mais leve, menos densa, mais bem humorada, dispensa comentários! (inclusive, fala-se em uma certa estatueta dourada, embora eu ache meio exagerado.)
Enfim, o que se poderia esperar da dobradinha Neil Jordan/Jodie Foster?Um filme pra ficar na memória, claro!

NOTA 8,0.


Tropa de Elite

Tropa de Elite - Dez Horas da manhã de uma quarta-feira, uma sala de cinema lotada de jornalistas ansiosos para que se inicie a sessão do filme que abrirá oficialmente o Festival do Rio 2007. Curioso não? Digo curioso pelo fato de que pelo menos 70% das pessoas presentes já tinham assistido ao filme em questão. Assistido? Como assim? Não é inédito nos cinemas? Assistido no conforto da sua casa, com uma bacia de pipoca ao lado, numa cópia pirata! Cópia Pirata? Ahn! Então você deve estar falando de Tropa de Elite, não? Sim, estou falando não só de Tropa de Elite, estou falando nada mais, nada menos, do melhor filme já visto e produzido por aqui. Exagero? Não, com toda certeza não! O filme é vibrante, é visceral, é um filme feito para homens, mas que as mulheres, com certeza, irão gostar e que vai ficar para sempre marcado na nossa memória.
A história do filme? O Filme passa-se no Rio de Janeiro e o ano é 1997. No coração de uma guerra com muitas frentes de batalha, o Capitão Nascimento (Wagner Moura, como você nunca viu, o ator está simplesmente perfeito, impecável melhor dizendo!) da Tropa de Elite da Polícia Militar do Rio de Janeiro precisa encontrar um sucessor para deixar o Batalhão e mudar de vida ao lado da mulher, prestes a dar a luz ao seu primeiro filho. Juntam-se ao Capitão Nascimento dois aspirantes a oficial da PM, Matias e Neto (respectivamente André Ramiro e Caio Junqueira – Excelentes); Uma jovem idealista (Fernanda Machado – Correta, além de linda); Um garotão da zona sul que vende maconha na faculdade (Paulo Vilela – Competente); Um chefe do tráfico de um morro vizinho à residência onde o Papa ficarará hospedado (Fábio lago); policiais corruptos (entre outros Marcelo Valle; Milhem Cortaz – uma grata surpresa!). Enfim, uma gama enorme de personagens que se entrelaçam e contam a história do melhor filme já visto e produzido por aqui (não, eu não vou me cansar de dizer isso – O filme é excelente!).
Talvez por eu residir no Rio de Janeiro, o filme soe tão familiar, pois tudo que está ali na tela, você já viu, ou já ouviu dizer que acontece de fato! A corrupção, a hipocrisia, a violência, o tráfico, a intolerância, e tantos outros fatos... Mas voltemos ao filme, a direção de José Padilha (Ônibus 174) é segura, firme, o efeito câmera na mão dá um tom de guerrilha ao filme que tecnicamente mostra-se muito eficiente. Isso sem falar na direção dos atores, que também se mostra muito competente, não existe ali, um ator que você possa dizer: “Esse é muito ruim” (Nem Maria Ribeiro como a esposa do Capitão nascimento? Tudo bem, me enganei, existe uma!).Se pudesse, daria nota mil para o filme, mas como já foi estipulado que nossa cotação não pode exceder o dez, terei que ficar na nota dez mesmo, mas é pouco! Que fique registrado!

O filme entra em circuito nacional no dia 12/10 (teve seu lançamento adiantado por causa da Pirataria, não que eu ache, especificamente no caso de Tropa de Elite, que isso irá afetar a sua bilheteria, até porque Tropa de Elite é um filme para ser visto no Cinema, na tela grande, com todo o aparato de som e imagem). Então, termine de ler essa resenha aqui e corra até o cinema mais próximo da sua casa para reservar o seu ingresso porque senão...TROPA DE ELITE OSSO DURO DE ROERPEGA UM PEGA GERALTAMBÉM VAI PEGAR VOCÊ.



Entrevista/Interview



Entrevista conta a história de Pierre Beders (Steve Buscemi), um conceituado jornalista de política. Ele é designado para entrevistar Katya (Sienna Miller, linda!), uma famosa e bela atriz de novelas, e fica muito ofendido com isso, pois está acostumado ao mundo da política mundial; ter de lidar com uma pessoa mais conhecida pelas fofocas nos tablóides do que pelo talento é um pouco demais para ele. É nesse choque de dois mundos diferentes, no entanto, que os dois encontram uma conexão mais profunda. Durante o período de um dia inteiro, eles trocam revelações e ofensas, em diálogos repletos de sarcasmo, intriga e tensão sexual. O filme é uma delícia de se assistir, não fosse um pequeno porém, pelo menos 85% do filme passa-se em um único cenário! E isso faz com que algumas piadas se tornem cansativas! Mas é só isso! No mais, o filme é relativamente curto (81 min.), com interpretações vigorosas dos dois protagonistas. Com destaque maior para Sienna Miller, mostrando que não é apenas mais um rostinho bonito no meio da multidão. E vale lembrar também que Entrevista é uma refilmagem do longa-metragem homônimo (2003) de Theo Van Gogh, cineasta holandês assassinado em 2004. Enfim, uma bela Homenagem de Steve Buscemi à Robert Altman, a quem o filme é dedicado.



NOTA 8.

Sempre Bela



Sempre Bela é a continuação de A Bela da tarde e também é uma homenagem de Manoel de Oliveira a Luis Buñuel. O filme conta o reencontro em Paris de Henri Husson (Michel Piccoli, revivendo o mesmo personagem do filme original) e Séverine Serizy (agora interpretada por Bulle Ogier, depois da acertada recusa de Catherine Deneuve), 38 anos após os fatos do filme original terem ocorrido. Ela o evita a todo custo, mas ele insiste em encontrá-la. Henri promete revelar um poderoso segredo, algo que Séverine há muito deseja saber, e a convence a jantar em seu hotel. Lá, ela pergunta o que ele revelou a seu marido, quando este estava mudo e paralítico. Mas Henri não quer dizer se falou ou não sobre a prostituição de Séverine. Para ele, o jantar é apenas outra forma de exercer seu sadismo. Assim é a história de Sempre Bela, a primeira vista uma história impactante. Mas tão rasa quanto um pires.
Em minha opinião, Manoel de Oliveira já deveria estar aposentado há tempos, de tão chatos que são os seus filmes! No caso especial deste, ele é tão monótono que eu quase dormi nos primeiros 15 minutos de exibição. É um emaranhado de nada com nada, diálogos rasos, pobres, tomadas aéreas diurnas e noturnas de Paris exibidas à exaustão, assim como o close de uma estátua de Joana D´Arc, permeiam toda a exibição, enfim, uma total perda de tempo e dinheiro. O que me causou realmente espanto porém, foi ver a reação das pessoas ao término da exibição, foram tantos “OOOOOHs” e “OOOOOHs” que eu me senti um verdadeiro alienígena, seria eu um completo ignorante sem capacidade de perceber se o filme é bom ou ruim? Pergunto isso por que se para eu não ser considerado um ignorante eu tiver que gostar de Manoel de Oliveira, sim, eu assumo, sou um ignorante!!! E Se não fosse apenas por uma cena durante o jantar eu daria nota 0 para o filme, mas como tem essa cena, e ela é realmente linda, eu elevo um pouco a minha nota.




NOTA 1.

Licença para casar



Felizes em seu relacionamento, os jovens Ben Murphy (John Krasinski) e Sadie Jones (Mandy Moore) decidem dar um passo adiante e marcam a data do casamento. De família tradicional, a noiva quer que a cerimônia aconteça na mesma igreja em que seus pais se casaram, comandada pelo obsessivo Reverendo Frank (Robin Williams). Tudo parecia bem entre eles, até que o religioso coloca uma condição, eles só terão a Licença Para Casar em sua igreja se passarem por seu rigoroso curso de preparação de noivos.
A idéia do filme Licença Para Casar partiu de uma amiga da co-roteirista Kim Barker. Ela estava prestes a se casar e também teve que passar por um curso semelhante, mas não tão rigoroso quanto o de Frank, que Kim, para tornar o personagem mais engraçado, resolveu dar ao personagem um ar de maníaco-compulsivo.
Essa é a sinopse e a origem de Licença para casar, que deveria se chamar Licença para se envergonhar, tamanho é o absurdo.
Eu normalmente gosto de filmes do Gênero, mas Licença para casar ultrapassa todos os limites de bom senso e boa vontade. É verdade! Lamentável, mas verdadeiro!
Lamentável ver Robin Williams (de Gênio Indomável) esforçar-se e não conseguir ser engraçado nunca. É constrangedor ver um ator daquele calibre não conseguir uma risada vigorosa sequer, apenas risos amarelos, o seu Reverendo Frank deveria ser a verdadeira atração do filme, com seus mandos e desmandos, a platéia deveria rolar de rir (acredite, você até terá vontade, mas também terá vergonha!)

Lamentável também é ver Mandy Moore (linda!) mais uma vez tentando ser uma atriz com sua eterna cara de Vejam! Agora eu estou triste! ou então Vejam! Agora eu estou alegre!, ela terá que se decidir em breve o que ela quer ser quando crescer, uma atriz ou uma cantora? Ou ainda uma dona de casa? Eu marco a última opção.Chega a ser impressionante também a falta de química entre o casal principal, John Krasinski poderia ter o papel da sua vida (menos Paulo, menos) se aproveitasse melhor as oportunidades, mas preferiu (só para piorar o filme) ficar no piloto automático!

E após isso tudo que foi dito, cabe-nos culpar quem? Robin Williams? Mandy Moore? John Krasinski? Não. Que tal culparmos Ken Kwapis, o diretor? Esse, sim, o verdadeiro culpado dessa vergonha, falta-lhe pulso, falta-lhe experiência, falta-lhe vergonha na cara, isso sim! Mas também, ele dirigiu Um conto Quase de Fadas (com Fran Dresher, a Nanny), o que se poderia esperar?
Lamentável mesmo é você pagar tanto para ver tão pouco!Robin Williams continua nos devendo...

Rogue – O Assassino


Depois que seu parceiro, Tom Lone (Terry Chen), é brutalmente assassinado pelo infame Rogue (Jet Li), o agente de FBI Jack Crawford (Jason Statham) jura ir atrás do assassino e vingar pessoalmente a morte de Tom. Mas Rogue consegue manter-se escondido por três anos, até que ele ressurge para iniciar uma batalha sangrenta entre Chang (John Lone), o líder da máfia chinesa, e Shiro (Ryo Ishibashi), chefe da Yakuza. Determinado a capturar Rogue de uma vez por todas, Crawford leva sua equipe de especialistas criminais diretamente para dentro do conflito. Mas sua sede de vingança compromete sua visão profissional e quando a violência aumenta, Crawford finalmente fica cara a cara com o inimigo e descobre que nem Rogue nem seu plano são o que parecem...

Essa é a sinopse de Rogue, filme de ação que você já deve ter visto aos montes, só que esse tem um final bem interessante, e isso faz toda uma diferença! O filme é situado em meio ao submundo asiático nos EUA, e mostra até onde pode ir o desejo de vingança de um ser humano, Crawford não perdeu só o melhor amigo, perdeu também o parceiro, o casamento, o filho, a vida... O filme tem 103 minutos de duração, mas estranhamente, na tela, você tem a impressão de que dura muito mais, é arrastado por alguns momentos e a sensação de que você está sendo enganado perturba a sua mente quase que o tempo inteiro. Não, o filme não é ruim, absolutamente, tem umas cenas bacanas de luta, algumas cenas fortes de morte, mas não é nada que vá mudar a sua vida, é diversão escapista e só! Não fosse o tal final surpresa, que vai fazer você pensar “Como eu não percebi isso antes!” o filme passaria em brancas nuvens.


O diretor Philip G. Atwell (especialista em vídeo clipes e com uma passagem pelo seriado The Shields) foi uma grata surpresa, apesar de a trama sobre a batalha das máfias ser um pouco confusa e ele deixar Jet li fazer o que quiser, menos atuar, o diretor mostrou que deverá ter um futuro bacana. Só que fica a sugestão para que, no próximo filme, ele faça uma melhor montagem, se Rogue tivesse uns 20 minutos a menos, não teríamos a mesma sensação de quem acabou de comer um pastel na feira!
Nós até saboreamos, mas poderia ter mais um pouquinho de recheio! Quanto às interpretações, Jet li parece um robô, não muda a expressão durante o filme inteiro, tudo bem que o final pode até justificar isso, mas temos a sensação de que ele estava com uma preguiça daquelas, já que até nas cenas de luta o cara não muda a expressão!
Jason Statham está correto, e o filme serve mesmo para afirmar que ele é o novo rei da pancadaria, só que precisa tomar cuidado com a repetição dos papéis, nós já vimos essa mesma personagem em Carga Explosiva, em Adrenalina, em Celular...

O filme traz ainda Devon Aoki (de Sin City) como Kira, a filha de um dos chefões da máfia, Luiz Guzman (mais um talento desperdiçado) como Benny, cafetão amigo de Crawford, John Lone (de O Último Imperador) e Ryo Ishibashi (de O Grito) como chefões da máfia e Terry Chen como Tom Lone, melhor amigo e parceiro de Crawford!

PH Marinho
posted by Revista Nerd @ 21:36   0 comments
Hairspray - Em busca da fama

O musical que muitos esperavam conferir apenas para ver John Travolta travestido como a gordinha Edna Turnblad é a grande surpresa do segundo semestre. Em se tratando de musicais (onde o grande publico tem uma estranha tendência a ignorar a vista na telona deixando para ver em dvd) esse filme constrói uma grande experiência para quem tem a sorte de conferi-lo no cinema. Canções de uma fixação absurda no imaginário, é realmente surpreendente uma produção como essa tem tanta força. Um elenco em que nenhum de seus integrantes esta com uma atuação abaixo do magnífico. A novata Nikki Blonski protagoniza o filme com uma energia enorme, abraçando a personagem com uma graça absurda como a gordinha sonhadora Tracy. John Travolta mostra que é um ator versátil e de um carisma inabalável como a insegura Edna Turnblad (seu dueto com Christopher Walken que faz seu marido Wilbur é um dos momentos mais divertidos do filme).Zac Efron saído do sucesso juvenil High School Musical consegue não ser caricato e tem atuação competente ao lado dos coadjuvantes Amanda Bynes, Elyjah Kelley e Britanny Snow. Michele Pfeiffer como a vilã Velma Von Tussle que tenta a todo custo manter sua supremacia aos demais é divertidíssima ao lado da genial Queen Latiffa que protagoniza o momento mais emocionante do filme na marcha contra o racismo cantando a belíssima I know Where I’ve been . James Marsden solta a voz como Corny Collins o grande astro da tv que se cansa das regras de Velma, em momentos de puro pop sessentista. Para completar ainda temos a homenagem ao filme dos anos 80 com Jerry Stiler como o Mr Pinky (no original ele era Wilbur Turnblad). Hairspray é um grande musical e facilmente podemos colocar como um dos melhores do ano. Let’s dance!

Nota : 9,5

Sasquash Cavalera
posted by Revista Nerd @ 21:24   0 comments
ESPECIAL - TERROR
Uma breve história sobre os filmes de Terror.

Antes de qualquer coisa, é preciso tentar explicar os gêneros. Terror todo mundo sabe o que é: Assusta, provoca medo, faz gritar. Suspense insinua o medo, causa expectativas e Ficção Científica costuma mostrar ou falar de histórias do futuro ou que girem em torno de fatos que não existiam na ocasião e que podem ou não, sugerir ou imprimir o medo, dependendo da História.
O Cinema descobriu cedo o potencial desses filmes, em especial o gênero Terror, afinal, desde que o cinema é cinema, sabe-se que as pessoas gostam de sentir medo – E pagam por isso! As histórias de terror sempre fizeram parte do imaginário do ser humano e o prazer (masoquismo?) em sentir medo e a arte de infligi-lo no que seria a manifestação artística mais influente nos anos que se seguiram era uma questão de tempo.
O Conde Drácula, o Monstro de Frankenstein, A Múmia, O Lobisomem, Fantasmas, Demônios, Alienígenas, Casas mal assombradas e outros personagens foram surgindo aos borbotões nos filmes dos anos sequentes, sempre com o estigma de filme B, ou seja, um filme de menor qualidade, o que é uma grande injustiça, pois filme B nada tem a ver com qualidade, e sim com orçamento. Enfim, entre as quatro paredes da sala escura, assistir a um filme de terror tornou-se uma atividade totalmente à parte de qualquer outro gênero cinematográfico, afinal, quem paga para ver um filme de terror sabe muito bem desde o início que sensações encontrará, sabe que quer sentir medo, mas não sabe que reação terá, que pode ir desde um aperto mais forte no braço da (o) acompanhante (para o mais medrosos) até a ingestão compulsiva de pipocas (para os mais sádicos).

Como tudo começou:

Na verdade, os filmes de terror tiveram início em 1896 e 1910 quando pioneiros como George Méliès e Thomas A. Edison, respectivamente realizaram os curtas “A Mansão do Diabo” (ou “o Castelo do Demônio”, como também ficou conhecido) e “Frankenstein”.
Em 1919 o Terror ganhava o seu primeiro Longa metragem, “O Gabinete do Dr. Caligari”, uma das mais marcantes obras do expressionismo alemão, dirigido por Robert Wienne e que, juntamente com “Nosferatu” (1922), de F.W. Murnau, viriam a influenciar todo o cinema de horror produzido em seguida.
Nessa época, Hollywood relutou bastante em produzir filmes do Gênero. E um dos nomes que mais se destacou no investimento em filmes de terror foi o do ator Lon Channey, que ficou conhecido como "o homem de mil faces", por interpretar diversos personagens em inúmeros filmes produzidos na década de 20, como os clássicos "O Corcunda de Notre Dame" (1923), onde sua interpretação de Quasímodo tornou-se um marco do cinema mudo, e "O Fantasma da Ópera" (1925), como o desfigurado compositor/fantasma Erik.
É praticamente impossível citar todos os atores que estrelaram os filmes desse período, mas podemos lembrar alguns que se destacaram, ou por seus filmes ou mesmo por algum personagem, alguns deram certo, é bom lembrar, outros foram merecidamente (ou Não) esquecidos pelo tempo: Conrad Veidt (O Gabinete do Dr. Caligari); Georges Méliès (Primeiro ator a encarnar o coisa ruim no Cinema por A Mansão do Diabo, filme que também dirigiu); Greta Schroeder (Nosferatu); Ivan Mozzhukhin (Uma Terrível Vingança); Joan Crawford (O Monstro do Circo); Lon Channey (O Corcunda de Notre Dame); Max Schreck (Nosferatu); Werner Krauss (O Gabinete do Dr. Caligari); entre outros.
Os anos 30 e 40:
A partir da década de 30, os filmes de terror passaram a ser produzidos tomando por base histórias e lendas européias sobre vampiros, cientistas loucos e aristocratas insanos, tendo como principais figuras os mitológicos Drácula e Frankenstein, das obras de Bram Stoker e Mary Shelley, respectivamente. Os estúdios da Universal tornaram-se célebres pela produção de dezenas de filmes com múmias, homens invisíveis e lobisomens. Três nomes se destacam neste período: Jame Whale, Bela Lugosi e Boris Karloff, o primeiro por dirigir e conseguir imprimir uma certa dignidade à criatura de Frankenstein e permitir novos rumos ao gênero a partir de seus filmes, o segundo pela inesquecível representação do conde mais famoso da literatura em "Drácula" e o terceiro pela sua marcante atuação como a criatura de "Frankenstein", ambos em 1931. O Estúdio, querendo faturar em cima dos seus monstros, acabou errando a mão na década seguinte quando lançou as bombas "Frankenstein Encontra o Lobisomem" (1943), "A Casa de Frankenstein" (1944) e "A Casa de Drácula" (1945). Com a 2ª Guerra Mundial e o verdadeiro horror fazendo parte do dia-a-dia das pessoas, os filmes de terror acabaram ficando em baixa durante algum tempo. Outras obras representativas do cinema de horror dos anos 30 e 40 são o clássico "King Kong" e "O Homem-Invisível", inspirado na obra de H.G. Wells, ambos de 1933, "A Múmia" (1932), com Boris Karloff no papel-título e a adaptação do livro homônimo de Oscar Wilde, "O Retrato de Dorian Gray (1945).
Mas não se pode falar nessa década sem citar Tod Browning que chocou platéias do mundo inteiro e pagou um preço muito caro (foi Banido dos cinemas por muitos anos) por causa de seu filme sobre pessoas deformadas que trabalhavam em um circo que buscam vingança contra uma beleza duvidosa em “Monstros” (1932).
É praticamente impossível citar todos os atores que estrelaram os filmes desse período, mas podemos lembrar alguns que se destacaram, ou por seus filmes ou mesmo por algum personagem, alguns deram certo, é bom lembrar, outros foram merecidamente (ou Não) esquecidos pelo tempo: Bela Lugosi (Drácula); Boris Karloff (Frankenstein); Charles Laughton (O Corcunda de Notre Dame); Claude Rains (O Fantasma da Ópera); Elsa lanchester (A Noiva de Frankenstein); Evelyn Ankers (O Lobisomem); Fay Wray (King Kong); Lon Channey Jr (O Lobisomem); Maureen O’Hara (O Corcunda de Notre Dame); Peter Lorre (M, o Vampiro de Dusseldorf); Rondo Hatton (Casa dos Horrores); entre outros.

Os anos 50:


A década de 50, além de virem com filmes com uma temática mais científica / ecológica (Criaturas de pântanos, Bolhas assassinas geradas por causa de poluição, insetos gigantes, revolta da natureza) também marcou a retomada do medo no cinema, principalmente devido à contribuição da produtora britânica Hammer Studios, que voltou a explorar os antológicos personagens que encheram os cofres da Universal. Eram filmes baratos que usavam e abusavam dos recentes recursos de cor e de muita sensualidade. O principal nome desse período, sem dúvida, é o de Christopher Lee, cuja interpretação em “Drácula” (1958) fez história, assim como o incansável caçador de vampiros Dr. Van Helsing, vivido por Peter Cushing. A dupla fez inúmeros filmes para a Hammer, encarnando também o Dr. Franskenstein e sua criatura em “A Maldição de Frankenstein” (1957). Foram nesses anos também que surgiram os filmes de William Castle (a Casa que Pingava Sangue, a Casa da Luz Eterna), mestre na arte de fazer filmes com truques para atrair pessoas ao cinema, ainda que fossem apenas jogadas de Marketing.
É praticamente impossível citar todos os atores que estrelaram os filmes desse período, mas podemos lembrar alguns que se destacaram, ou por seus filmes ou mesmo por algum personagem, alguns deram certo, é bom lembrar, outros foram merecidamente (ou Não) esquecidos pelo tempo: Allison Hayes (O Fantasma de Mora Tau); Beverly Garland (A Conquista do mundo); Christopher Lee (O Horror de Drácula); Elisha Cook (A Casa Dos Maus Espíritos); Faith Domergue (O Monstro do Mar Revolto); Mara Corday (Tarântula); Max Von Sydow (O Sétimo Selo); Peter Cushing (O Horror de Drácula); Steve McQueen (A Bolha); Vincent Price (Museu de Cera); entre outros.

Os anos 60:

Os anos 60 foi uma época extremamente fértil para as produções do gênero, com destaque para as criações do mestre do suspense Alfred Hitchcock, em clássicos como “Psicose” (1960) e “Os Pássaros” (1963). Outro grande nome é o do diretor George Romero, que em 1968 produziu o hoje cult “A Noite dos Mortos-Vivos”, que rendeu várias refilmagens e plágios, inclusive por parte dele próprio. No mesmo ano, o polonês Roman Polanski chega ao auge do seu vigor cinematográfico com o apavorante “O Bebê de Rosemary”. Nessa década também surgiu um dos maiores nomes da história dos filmes de terror, Roger Corman, diretor do hoje também cult “A Pequena Loja dos Horrores” (1960), Com esse filme, o diretor mostrou que era possível assustar com classe e pouco dinheiro. E ainda revelou o talento do então desconhecido Jack Nicholson, numa ponta impagável. Roger Corman também popularizou as histórias de Edgar Allan Poe – em sua maioria estreladas por Vincent Price –, tais como “A Queda da Casa de Usher” (1960) e “O Corvo” (1963).
E foi ainda nessa década que, tivemos o surgimento do nome que se tornaria um marco do cinema nacional: José Mojica Marins, mais conhecido pelo nome de seu principal personagem, Zé do Caixão, em filmes como “À Meia-Noite Levarei Sua Alma” (1964), “Esta Noite Encarnarei No Teu Cadáver” (1966) e “O Despertar da Besta” (também conhecido como “Ritual dos Sádicos”, de 1969).
É praticamente impossível citar todos os atores que estrelaram os filmes desse período, mas podemos lembrar alguns que se destacaram, ou por seus filmes ou mesmo por algum personagem, alguns deram certo, é bom lembrar, outros foram merecidamente (ou Não) esquecidos pelo tempo: Anthony Perkins (Psicose); Barbara Shelley (A Górgona); Barbara Steele (A Maldiçãodo Demônio); Janeth Leigh (Psicose); Jeanne Crain (A Noite que Deus gritou); John Cassavetes (O Bebê de Rosemary); Martin Balsam (Psicose); Mia Farrow (O Bebê de Rosemary); Rod Taylor (Os Pássaros); Ruth Gordon (Levou o Oscar de melhor coadjuvante por O Bebê de Rosemary); Tippy Hedren (Os Pássaros); entre outros.

Os anos 70


Nos anos 70 surgiram alguns nomes que viriam a se tornar grandes referências nos filmes de horror/suspense. Foi em 1972 que “Encurralado”, um suspense sobre um caminhão que persegue à exaustão um motorista numa estrada dos EUA, revelou para o mundo Steven Spielberg, que mais tarde alcançaria mais notoriedade com o impactante (e Primeiro Blockbuster da história do Cinema) “Tubarão” (1975), que deixou os cinemas lotados e as praias vazias por muito tempo. Outro filmaço da época foi o “O Massacre da Serra Elétrica” (1974), dirigido por Tobe Hooper que, juntamente com Halloween (1978), de John Carpenter, influenciaram uma leva de filmes com assassinos seriais e sanguinários que perpetuaram as telas dos anos 80. Com “Alien, O Oitavo Passageiro” (1979), Ridley Scott literalmente mandou os filmes de horror pro espaço. Nessa mesma época, diretamente da terra da pizza, Dario Argento também começava a fazer história, gastando litros e mais litros de molho de tomate em suas produções, como “Prelúdio para Matar”, antes de se tornar referência de filmes onde o estômago é o limite.
Os filmes de possessão demoníaca surgiram com força total nos anos 70, em obras como “O Exorcista” (1973 – e Primeiro filme do Gênero a ser indicado para o Oscar), “A Profecia” (1976) e “Terror Em Amityville” (1979). “Carrie, A Estranha” (1976), inaugurou as adaptações das obras de Stephen King, que inspirou também o cultuado “O Iluminado” (1980), de Stanley Kubrick, com um Jack Nicholson (com status de protagonista!) completamente ensandecido.
É praticamente impossível citar todos os atores que estrelaram os filmes desse período, mas podemos lembrar alguns que se destacaram, ou por seus filmes ou mesmo por algum personagem, alguns deram certo, é bom lembrar, outros foram merecidamente (ou Não) esquecidos pelo tempo: Agnes Moorehead (Obsessão Sinistra); Cristina Raines (A Sentinela dos Malditos); David Hemmings (Prelúdio para Matar); Donald Pleasence (Halloween); Ellen Burstyn (O Exorcista); Gregory Peck (A Profecia); James Brolin (Amityville); Jamie Lee Curtis (Eleita rainha do Grito por Halloween); Jason Miller (O Exorcista); Jim Siedow (O Patriarca canibal de O Massacre da Serra Elétrica); John Hurt (Alien, o Oitavo passageiro); John Ryan (Nasce um Monstro);Kirk Douglas (A Fúria); Klauss Kinski (Nosferatu); Lee Remick (A Profecia); Linda Blair (O Exorcista); Max Von Sydow (O Exorcista); Mel Ferrer (O AntiCristo); Piper Laurie (Carrie – A Estranha); Richard Creena (O Cão do Diabo); Roddy McDowall (A Casa da noite Eterna); Shelley Winters (Obsessão Sinistra); Sigouney Weaver (Alien, o Oitavo Passageiro); Sissy Spacek (Carrie – A Estranha); Udo Kier (Suspiria); Vincent Price (O Abominável Dr. Phibes); entre outros.

Os anos 80:


Os anos 80 foram marcados por filmes de baixo orçamento, onde a moda era ter uma maníaco correndo atrás de jovens nuas ou semi nuas. Seu principal representante é o conhecidíssimo “Sexta-Feira 13”, com o mais conhecido ainda assassino Jason Vorhees massacrando jovens pecadores (ou não!) que davam mole transando nos arredores de Crystal Lake. Seu companheiro de década e talvez seu maior rival nas bilheterias, o ainda mais conhecido (e carismático!) Freddy Krueger, surgiu pela primeira vez em “A Hora do Pesadelo” (1984), de Wes Craven. Em 1982, Tobe Hooper dirigiu “Poltergeist”, uma produção de Steven Spielberg, que ficou mais famosa por suas histórias de maldição que acabaram por matar ou afundar a carreira dos atores na vida real.
Alguns outros grandes nomes do cinema de horror surgiram nessa década: David Cronenberg, conhecido por “Scanners, Sua Mente Pode Destruir” (1981), “A Hora da Zona Morta” (outra adaptação de Stephen King, 1983), “Videodrome – A Síndrome do Vídeo” (1983), “A Mosca” (refilmagem de “A Mosca da Cabeça Branca”, 1986) e “Gêmeos – Mórbida Semelhança” (1988); Sam Raimi (hoje super prestigiado por causa da Franquia de O Homem Aranha) iniciou sua carreira e inovou no Gênero terror com o adorável “Evil Dead – A Morte do Demônio” (1982- Que teve mais duas seqüências); Clive Baker com o seu “Hellraiser – Renascido do Inferno” (1987), um dos grandes filmes de horror do cinema moderno.
Não posso esquecer também de que foi nessa década que surgiu a “Espantomania”. Esse termo foi criado para enfatizar uma enorme quantidade de filmes de terror que aportavam nas nossas salas de cinema com uma temática mais suave, com uma leve inclinação para o “terrir”. Filmes como “a Hora do Espanto”, “a Hora do Lobisomem”, “a Hora do Calafrio”, ”a Noite dos mortos vivos”, ” a Casa do Espanto”, as Seqüências de “a Hora do Pesadelo”, “a Hora dos Mortos Vivos” e mais um monte de filmes iniciados com a Hora de alguma coisa (Coisas de nossas distribuidoras que sofrem de uma falta de criatividade tremenda!). E também outros filmes bacanas dessa época foram: “Pague para entrar, reze para sair”, “Dia dos Namorados Macabro”, “a Noite das Brincadeiras Mortais”, “Baile de Formatura”, “Feliz Aniversário para mim”, “Acampamento Maldito”, “a Noite dos Arrepios”, “a Colheita Maldita”, “Gremlins”, “Criaturas”, “os Garotos Perdidos”,” O escondido”, “O portão”, “as Criaturas atrás das paredes”, “As Vezes eles voltam”, entre outros tantos.
Aqui no Brasil, o diretor Ivan Cardoso se tornou conhecido nessa década por filmes com esse mesmo “subgênero” Terrir, e filmes como “o Segredo da Múmia” e “as Sete Vampiras” fizeram bonito por aqui!
É praticamente impossível citar todos os atores que estrelaram os filmes desse período, mas podemos lembrar alguns que se destacaram, ou por seus filmes ou mesmo por algum personagem, alguns deram certo, é bom lembrar, outros foram merecidamente (ou Não) esquecidos pelo tempo: Annete O’Toole (It); Betsy Palmer (A mãe de Jason em Sexta Feira 13); Brad Douriff (Brinquedo Assassino); Bruce Campbell (Uma Noite Alucinante 2); Chris Sarandon (A Hora do Espanto); Craig T.Nelson (Poltergeist); Dale Midkiff (Cemitério maldito); Dee Wallace (Cujo); Dwier Brown (A Árvore da Maldição); Emílio Estevez (Comboio do Terror); Gary Busey (Bala De Prata); Heather O’Rourke (Poltergeist); Jeffrey Combs (Re-Animator); Kane Hodder (Sexta Feira 13); Keith Gordon (Christine – O Carro Assassino); Kurt Russell (O Enigma do Outro Mundo); Kyle Machlachlan (O Escondido); Linda Hamilton (Colheita Maldita); Peter Horton (Colheita Maldita); Richard Thomas (It); Robert Englund (A Hora do Pesadelo); Roddy Piper (Eles Vivem); Steve Railsback (Força Sinistra); Tim Matheson (As Vezes eles voltam); Tony Todd (O Mistério de Candyman); William Katt (A Casa do espanto); William Ragsdale (A Hora do Espanto); entre outros.

Os anos 90:

No início dessa década, quase não se produziu nada do gênero, com exceção de “o Silêncio dos inocentes” (1991 - E primeiro filme do Gênero a ganhar um Oscar nas principais categorias), “Drácula de Bram Stoker” (1992), dirigido por Francis Ford Coppola , “Fome Animal” (1992), de Peter Jackson, “Entrevista Com O Vampiro” (1994), dirigido por Neil Jordan e adaptado do livro homônimo de Anne Rice e “Frankenstein de Mary Shelley” (1994), de Kenneth Branagh. Isso até surgir “Pânico” em 1996 do diretor Wes Craven, filme que resgatou o prestígio do terror e lotou as salas de cinema do mundo inteiro com a mesma fórmula “Assassino serial mata jovens e quem mais estiver na sua frente para atrapalhar a sua vingança.” numa espécie de revival de filmes do Gênero antigos. E com o sucesso imediato de Pânico vieram na sua esteira uma série de produções com jovens atores de Hollywood, o que deflagrou o que chamamos de “geração pânico” e atores medianos como Neve Campbell, Freddie Prinze jr, Ali Larter, Mathew Lillard e Jennifer Love Hewitt viraram estrelas instantâneas nas continuações de Pânico e seus genéricos como “Eu Sei O Que Vocês Fizeram No verão Passado” (1997), “Lenda Urbana” (1998), Premonição (1998), a Casa da Colina (99), entre outras bobagens.
Nesse período, talvez o único filme que tenha conseguido quebrar essa “nova” maneira de se fazer terror foi “A Bruxa De Blair”(1999), talvez até por falta de concorrência, o filme foi um sucesso absoluto (apesar das opiniões divergentes) e não se pode negar que a campanha de marketing dos diretores Eduardo Sanchez e Daniel Myrick em lançar um boato na internet antes de lançar o filme nos cinemas foi uma maneira bastante inovadora de se encher os bolsos de dinheiro.
No finalzinho dos anos 90 surgiu no cenário, o que talvez seja o mais importante diretor do gênero nos anos Dois Mil, M.Night Shyamalan criou (e dirigiu) a história do garotinho que vê gente morta com um final surpreendente, que fez a platéia voltar às salas de cinema para rever o que estava na nossa cara o tempo inteiro em “O Sexto Sentido” (99).
É praticamente impossível citar todos os atores que estrelaram os filmes desse período, mas podemos lembrar alguns que se destacaram, ou por seus filmes ou mesmo por algum personagem, alguns deram certo, é bom lembrar, outros foram merecidamente (ou Não) esquecidos pelo tempo: Ali Larter (Premonição); Alicia Witt (Lenda Urbana); Amanda Donahue (A Bruxa de Blair); Andrew Divoff (Mestre dos Desejos); Clea DuVall (Prova Final); Courteney Cox (Pânico); David Arquette (Pânico); Devon Sawa (Premonição); Edward Furlong (Cemitério Maldito 2); Elijah Wood (Prova Final); Embeth Davidtz (Uma Noite Alucinante 3); Eva Mendes (Lenda Urbana 2); Elias Koteas (Possuídos); Freddie Prinze Jr (Eu sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado); Famke Janssen (Mestre das Ilusões); George Clooney (Um Drink no Inferno); Gerard Butler (Dracula 2000); Haley Joel Osment (O Sexto Sentido); James Marsden (Comportamento Suspeito); Jamie Kennedy (Pânico); Jared Leto (Lenda Urbana); Jason Patric (Garotos Perdidos); Jennifer Esposito (Eu ainda sei o que vocês Fizeram no Verão Passado 2); Jennifer Love Hewitt (Eu sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado); Jerry O’Connell (Pânico 2); Jonny Lee Miller (Dracula 2000); Jordana Brewster (Prova Final); Josh Hartnett (Halloween H20); Katharine Heigl (A Noiva de Chucky); Katharine Isabelle (Possuída); Katie Holmes (Comportamento Suspeito); Kerr Smith (Premonição); Kevin Bacon (Ecos do Além); Kiefer Sutherland (Linha Mortal); Kirsten Dunst (Entrevista com o Vampiro); Laurie Metcalf (Pânico 2); Liev Schreiber (Pânico); Loretta Devine (Lenda Urbana); Matthew Davis (Lenda Urbana 2); Mathew Lillard (Pânico); Michael Pare (Lua Negra); Michael Rosenbaum (Lenda Urbana); Mira Sorvino (Mutação); Neve Campbell (Pânico); Nick Stahl (Comportamento Suspeito); Rebecca Gayheart (Lenda Urbana); Rosie MacGowan (Pânico); Ryan Phillipe (Eu sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado); Salma Hayek (Um Drink no Inferno); Sarah Michelle Gellar (Eu sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado); Scott Folley (Pânico 3); Skeet Ulrich (Pânico); Taye Diggs (A Casa da Colina); Thomas Gibson (O Filho do Demônio); Timothy Balme (Fome Animal); Timothy Olyphant (Pânico 2); entre outros.


Os anos 2000:


Logo no iniciozinho do século surgiu Alejandro Amenabar, que arrepiou o espectador com um dos melhores filmes de casas mal assombradas já feitos em muito tempo, um verdadeiro clássico moderno chamado “Os Outros” (2001), filme com um final tão ou mais surpreendente que “o Sexto Sentido”, fresquinho na nossa memória. Nesse mesmo ano, Guillermo Del Toro no presenteia com outra pérola do subgênero casa mal assombrada, “A Espinha do Diabo”.
Foi nos anos dois mil também que surgiu “Extermínio” (2002) e os filmes de Zumbi voltaram à moda, permitindo que “Madrugada dos Mortos” (2004) e “Terra dos Mortos” (2005) fossem produzidos e virassem sucesso.
A Onda de Remakes também assolou Hollywood e clássicos ganharam nova roupagem como “A Casa de Cera” (2005), “Horror em Amityville” (2005) e “O Massacre da Serra elétrica” (2003), isso sem falar de tramas originais (Eu disse originais?) bacanas como “Pânico na Floresta” (2003), “Olhos famintos” (2001) e “O Albergue” (2006).
Nessa década também Hollywood descobriu que o Japão também faz filme de terror, e dos bons! E resolveu importar as suas fitas e adapta-las (ou muitas vezes lança-las, ou ainda as duas coisas junto!) para o cinemão americano lançando “O Grito” (2004), e “Água Negra” (2005), isso sem antes fazer platéias do mundo inteiro temerem uma certa garotinha que foi jogada no fosso e aterrorizava a todos que assistiam a uma certa fita cassete em “o Chamado” (2002).
É praticamente impossível citar todos os atores que estrelaram os filmes desse período, mas podemos lembrar alguns que se destacaram, ou por seus filmes ou mesmo por algum personagem, alguns deram certo, é bom lembrar, outros foram merecidamente (ou Não) esquecidos pelo tempo: Asia Argento (Terra dos Mortos); Cate Blanchett (O Dom da Premonição); Chaney Kley (No cair da Noite); Cilian Murphy (Extermínio); Crispim Glover (A Vingança de Willard); David Boreanaz (Dia do Terror); Desmond Harrington (Pânico na Floresta); Eduado Noriega (A Espinha do Diabo); Elisa Cuthbert (A Casa de Cera); Eliza Dushku (Pânico na Floresta); Gina Phillips (Olhos Famintos); Greg Kinnear (O dom da Premonição); Halle Berry (Na Companhia do Medo); Hilary Swank (Colheita do Mal); Jake Webber (Madrugada dos Mortos); Jared Padalecki (A Casa de Cera); Jason Behr (O Grito); Jay Hernandez (O Albergue); Jennifer Connelly (Água Negra); Jessica Biel (O Massacre da Serra Elétrica); Josh Duhamel (Turistas); Julianna Margullies (O Navio Fantasma); Justin Long (Olhos Famintos); Martin Henderson (O Chamado); Mekhi Phifer (Madrugada dos Mortos); Melissa George (Turistas); Michael Landes (Premonição 2); Naomi Watts (O Chamado); Olívia Wilde (Turistas); Penélope Cruz (Na Companhia do Medo); Ryan Reynolds (Horror em Amityville); Sarah Polley (Madrugada dos Mortos); Shannon Elizabeth (Treze Fantasmas); Simon Baker (O Chamado 2); Simon Pegg (Terra dos Mortos); Stephen Dorff (medopontocombr); Tom Wilkinson (O Exorcismo de Emily Rose); Ving Rhames (Madrugada dos Mortos); entre outros.
Bom, foi tentando fazer justiça a esse gênero tão relegado que resolvi contar essa breve história sobre os filmes de Horror, seus criadores, seus principais representantes e também os seus atores, muitos totalmente desconhecidos do grande público!
Isso, até lerem essa matéria...

PH Marinho



Top 10 Filmes de Terror

1 O Exorcista – Com enorme vantagem este clássico ficou em primeiro lugar, dirigido pelo recém-vencedor do Oscar William Friedkin (Operação França), o filme conquistou crítica e público, e se tornou o único filme de terror indicado ao Oscar na categoria de melhor filme, o que não é pouco.

2 O Bebê de Rosemary – A atuação da carreira de Mia Farrow está neste misto de terror com suspense psicológico dirigido por Roman Polanki no final dos anos 60, conquistando inclusive um Oscar de Atriz Coadjuvante para Ruth Gordon.

3 Psicose – Alfred Hitchcock dirige um suspense em P&B para a Universal com o intuito de estar fazendo um filme B, mas alcança a perfeição neste filme arrepiante, com ótima campanha de marketing promovida por ele próprio, com excelente trilha sonora de Bernard Hermann, e duas surpresas inesperadas, sendo uma delas o mais famoso assassinato dos cinemas. Sem esquecer de Anthony Perkins numa interpretação magistral como Norman Bates.

4 O Iluminado – Criticado pela crítica em seu lançamento, o filme vem conquistando muito terreno nos últimos anos, numa segunda chance bem merecida, com um Jack Nicholson caricato ao extremo e uma Shelley Duvall tensa e estressada, devido principalmente aos problemas que teve com o diretor Stanley Kubrick, o filme é uma diversão puramente kubrickiniana, que infelizmente Stephen King (autor do livro) detestou.

5 Poltergeist - O Fenômeno – Esqueçam o diretor Tobe Hooper, foi o produtor Steven Spielberg que tomou as rédeas deste fantástico filme, com curiosa atuação da atriz infantil Heather O'Rourke, que infelizmente faleceu após as filmagens do terceiro filme. Fiquem de olho numa cena engraçada envolvendo Craig T. Nelson sobre sua barriga, a mesma cena é homenageada na animação da Pixar Os Incríveis, pelo qual ele dubla.

6 A Profecia – Richard Donner estréia como diretor de cinema neste suspense surpreendente com inovadora trilha sonora de Jerry Goldsmith. Diversas cenas fortes de mortes e um final em aberto são os pontos altos desta pequena pérola do cinema.

7 O Massacre da Serra Elétrica –
Tobe Hooper dirige este filme premiado no festival de avoriaz, com forte impacto sonoro, filmado quase amadoramente, conquistando um forte apelo trash nunca visto antes.

8 O Gabinete do Dr. Caligari – O maior clássico do expressionismo alemão, totalmente mudo e filmado no final da década de 10 ainda conquista muitos fãs e por isso mesmo continua a ser lembrado. Com direção de arte ousada e uma surpreendente surpresa no final (digna de um Sexto Sentido) o filme será uma grata surpresa para aqueles que ainda não apreciaram este clássico absoluto do cinema.

9 Fome Animal – Um desconhecido diretor da Nova Zelândia dirigiu simplesmente o melhor terrir da história do cinema, com cenas absurdas que ou reviram teu estomago ou te façam rir até cansar. Ah, e o desconhecido fez mais tarde uma trilogia de muito sucesso chamada O Senhor dos Anéis, além de revelar o talento de Kate Winslet em Almas Gêmeas.

10 A Hora do Pesadelo – Freddy Krueger começou sua fama de ícone pop com este filme assustador sobre pesadelos de adolescentes, com um Johnny Depp em início de carreira e um diretor que ainda não tinha se vendido para Hollywood, Wes Craven. Embora inferiores, todas as suas continuações são curiosas devido a forte presença de Robert Englund no papel de um dos vilões mais famosos do cinema.
Judas Hiena
posted by Revista Nerd @ 13:31   0 comments
Ligeiramente Grávidos

Pode-se dizer que “Ligeiramente Grávidos” foi um desses casos de “sucesso esperado”. Apesar de ter sido lançado no concorrido verão americano, o novo filme de Judd Apatow, diretor de “O Virgem de 40 Anos”, já era considero um potencial hit nas bilheterias. E foi o que ocorreu; o filme, que custou 33 milhões de dólares, faturou quase que 150 milhões de doletas.

O filme conta a história de Ben (Seth Rogen), um vagabundo de 23 anos, mas que “parece ter 33”, que não faz nada da vida além de fumar maconha e sair para beber. Numa dessas saídas, encontra Alisson (Katherine Heighl), bonita e bem sucedida apresentadora de tv. Algumas bebidas depois, os dois acabam transando. Algumas semanas depois Alisson descobre que está grávida.
É uma trama teoricamente simples, mas é ai que o roteiro, escrito por Apatow, se diferencia. Tem diálogos bem escritos e cheio de referências a cultura pop, as situações são verossímeis. E é um roteiro que parece bem atual, no sentido de que as situações, os diálogos, a turma de Ben, é tudo bastante atual, verdadeiro.
Alias, a turma de Ben merece um parágrafo a parte; todo mundo tem pelo menos um amigo que é igual a alguém naquela turma. Jonah Hill, que protagoniza o sucesso “Superbad- É Hoje!” produzido por Apatow, e Jay Bucharel, que foi protagonista da série “Undeclaread”, que tinha Rogen no elenco e foi produzida por Apatow e permanece inédita aqui no Brasil, são os destaques dessa turma de maconheiros.

Se do lado do personagem de Rogen o destaque são Hill e Bucharel, do lado de Katherine Heighl o grande show fica por conta do casal interpretado por Leslie Mann e Paul Rudd. Mann,esposa de Apatow na vida real, interpreta a típica mulher controladora e obcecada com horários e com a segurança dos filhos. Rudd poderia ser da turma de amigos de Ben que ninguém ia notar; relaxado, calmo, não está nem aí para compromissos.

Apesar de acabar sendo um pouco formulaica (uma maldição do gênero) e um pouco longa demais, dá pra se dizer, seguramente, que “Ligeiramente Grávidos” é a grande comédia do ano.

NOTA: 9

Gustavo Grandino Gobbi
posted by Revista Nerd @ 13:24   0 comments
Grindhouse
Esse ano um projeto nunca chamou tanta atenção quanto Grindhouse. A idéia do projeto veio dos diretores mais cool para muitos cinéfilos, os senhores Robert Rodriguez e Quentin Tarantino e esse projeto engloba um tipo de homenagem aos filmes dos anos 60/70 de filmes de terror e que naquela época passavam dois filmes seguidos junto com trailers de próximas atrações, sempre recheados com violência e sensualidade explicita e o melhor de tudo, por apenas um ingresso, mas será que “ressuscitar” esse tipo de sessão irá cair bem à nova geração? Aqui em diante vai ocorrer uma analise completa dos dois filmes e dos trailers falsos.


Primeiro Trailer Falso: Machete
Diretor: Robert Rodriguez
Elenco: Danny Trejo, Cheech Marin e Jeff Fahey
Plot do Trailer: Um mercenário mexicano chamado Machete recebe uma proposta de um figurão para matar um senador, sendo que ele é enganado por esse ricaço e agora quer vingança junto com o seu irmão padre. Além de ser um trailer cheio de ação, ele abre as portas para esse grande e ambicioso projeto desses dois diretores, é o trailer falso que tem mais possibilidades de virar filme, espera-se que sim.

Primeiro Seguimento: Planeta Terror

Diretor: Robert Rodriguez
Elenco: Rose McGovan, Freddy Rodriguez, Marley Shelton, Josh Brolin, Micheal Biehn, Naveen Andrews, Micheal Parks, Electra e Elise Avellan, Rebel Rodriguez, Jeff Fahey, Tom Savini, Quentin Tarantino, Stacy Ferguson e Bruce Willis.
Gênero: Ação/Horror/Ficção

Quando um grupo de soldados mercenários quer roubar uma substancia química letal, porém algo dá errado e essa substancia vaza no ar assim surgindo mortos vivos que são infectados pela secreção e pelas mordidas desses monstros e o destino da humanidade está nas mãos de um grupo bizarro de pessoas que inclui, um rapaz com passado desconhecido, uma dançarina cotó, uma medica, um policial, irmãs gêmeas loucas e outros. E essa noite vai ser infernal.

Já começando explosivo, Planeta Terror faz uma homenagem aos filmes de zumbis colocando todo tipo de clichê e tudo mais, fora o seu grande elenco que ainda tem no meio uma das maiores referencia de filme desse estilo que é Tom Savini, o Sex Machine de Dawn Of The Dead e que também participou em Um Drink No Inferno. O roteiro do filme é mais raso do que pires, porém tem algumas coisas curiosas no filme como a explicação de onde surgiu tal vírus e as tramas paralelas de alguns personagens na trama, o resto é desculpa para rolar a ação. O elenco do filme já é uma atração a parte, chegando ao momento de quem disputar quem é mais canastra que o outro, mas as atenções são todas de Rose McGovan como a dançarina cotó Cherry Darling, além de ser uma personagem altamente bizarra e engraçada, consegue protagonizar umas das seqüências de ação mas exageradas e nonsense do ano. Robert Rodriguez continua fazendo aquele cinema trashão com cenas de ação ininterruptas, não deixa a peteca cair em nenhum momento e tem cenas que realmente vai ser difícil sair da cabeça do espectador.

Em suma o filme tem elementos dignos de filme B, porém o espírito que o projeto tem, transformou um amontoado de clichês mais esdrúxulos em um filme de luxo, que consegue atingir o seu objetivo, fazer um filme que diverte todos os fãs de horror, desde os mais novos (em suas maioria, fãs instantâneos) até os genuínos fãs. Se for para fazer um filme digno de trash, Robert Rodriguez fez e de luxo por sinal.

Segundo Trailer Falso: Werewolf Women In SS
Diretor: Rob Zombie
Elenco: a maioria dos filmes de Zombie e Nicolas Cage
Plot do Trailer: Na Alemanha Nazista, um grupo de cientistas malucos queria fazer experimentos transformando mulheres em lobisomens ou mulheres-lobo. O segundo trailer tem uma premissa até que interessante, mas o trailer é uma decepção geral, além de ser mal dirigido ao extremo por Zombie, conseguiu arrancar a melhor atuação de Nicolas Cage dos últimos dois anos, por que conseguir ser melhor do que O Sacrifício, O Vidente e Motoqueiro Fantasma, pense... Trailer fraquinho. Comecem a duvidar da qualidade de diretor de Rob Zombie.

Terceiro Trailer Falso: Don’t!
Diretor: Edgar Wright
Plot do Trailer: Esse trailer não tem história, porém é bem melhor do que o trailer fraco de Zombie. Na realidade, o trailer é uma homenagem aos filmes europeus de horror das décadas passadas e ainda o trailer brinca com todos os clichês possíveis e impossíveis de um filme de horror, fazendo que ele tenha um tom cômico incrível, Edgar Wright é uma boa promessa e ainda tem a participação de Simon “Shaun” Pegg, bem legal mesmo.

Quarto Trailer Falso: Ação de Graças (Thanksgiving)
Diretor: Eli Roth
Elenco: Jordan Ladd, Jay Hernandez, Micheal Biehn e Eli Roth
Plot do Trailer: Simples, porém eficiente. Um assassino está a solta causando pânico e terror a uma cidadezinha pequena dos EUA. Mas o que difere e torna esse o melhor trailer falso, junto com Machete? A premissa. Roth utiliza o contexto da pequena trama se passar em uma época de ação de graças, onde famílias se reúnem para comemorar a paz e tal. Isso faz que o tom de escracho seja maior e fora que no trailer tem uma das mortes mais geniais que já se tenha ouvido falar. Também junto com Machete, é o que tem mais possibilidade de se tornar filme.

Segundo Seguimento: A Prova de Morte (Death Proof)
Diretor: Quentin Tarantino
Elenco: Kurt Russell, Rosário Dawson, Zoe Bell, Tracie Thomas, Mary Elizabeth Winstead, Sydney Tamiia Poitier, Jordan Ladd, Vanessa Ferlito, Rose McGovan, Marley Shelton, Eli Roth e Quentin Tarantino.

Dividido em duas partes o filme fala de um dublê com um jeito meio antiquado chamado Stuntman Mike que tem um carro preto que tem uma peculiaridade interessante: o carro é a prova de morte. Porém por trás desse semblante esconde um assassino frio e que usa o seu carro para matar jovens moças, mas será que alguém irá impedir esse assassino frio que se esconde em seu carro matador?

A Prova de Morte é o mais novo filme de Tarantino depois do ultracult (mas ao mesmo tempo duvidoso) Kill Bill e tenta trazer ao seu publico um estilo novo de horror transformando literalmente um carro em uma arma de matar. Por um lado o filme tem elogios, por outros é só esculacho. Muitos fãs de horror atual basicamente não suportaram o ritmo “lento” que Tarantino impôs no filme, outra parcela que não gostou diz que Tarantino coloca o seu hype em níveis chatíssimos assim forçando a barra até demais. Mas será que os detratores desse seguimento têm razão?

O roteiro de Death Proof é bem simples, muito mais claro do que Planet Terror, mas o que marca nesse filme é a volta dos memoráveis diálogos que é uma tipicidade tarantinesca inegável, se vocês sentiram saudades dos diálogos espertos de Tarantino, o filme está cheio. A trilha também carrega outra marca de Tarantino e não tem brecha para fazer remix vagabundo como fizeram na maioria da trilha de Kill Bill. O elenco mesmo só tem destaque Zoe Bell e Kurt Russell. Zoe Bell de inicio não sabe quem é ela, mas ela fez a maioria das cenas de ação de Kill Bill e nesse filme faz ela mesma e o que sabe fazer de melhor, uma seqüência de ação de alta voltagem. E Kurt Russell volta a fazer mais um papel memorável como Stuntman Mike, porém tem algumas ressalvas de ele não ser tão assustador quanto parece e sim o próprio carro, mas não deixa de ser um personagem fascinante.

Tarantino fez algo que estava devendo a um bom tempo que é um filme rico em diálogos e que tivesse seqüências de ação memoráveis e sensacionais, porém uma parcela do publico não gostou do ritmo ditado por ele, afinal quem se acostumou com o ritmo frenético de Kill Bill vai sentir uma broxada tremenda em Death Proof, mas quem acha que o verdadeiro Tarantino é aquele de Jackie Brown e Pulp Fiction, fiquem felizes, ele voltou às raízes.

Um seguimento dúbio onde ao mesmo tempo Tarantino faz um filme bem legal e na minha opinião superou com folgas Kill Bill, por um outro lado, foge da temática em partes do projeto Grindhouse e de invés de ser de terror, se torna um filme comum do diretor, com longos diálogos e personagens incríveis, porém muito longe de ser um filme espetacular de horror.


Conclusão Final do Projeto: Um projeto incrível onde o espectador entra em uma montanha russa alucinante, mas há ressalvas. Se a ordem dos filmes fosse outra com Death Proof primeiro e depois Planeta Terror ai sim seria uma viagem muito mais impacto para o espectador. Mas com o fracasso de bilheteria, infelizmente o projeto pode vir ao Brasil separado, assim deixando por um lado sem graça. Mas são dois ótimos filmes e esperamos que esse tipo de projeto continue vivo e que tente salvar Hollywood da falta de criatividade que assola o mundo do cinema. o melhor filme de horror do ano sem dúvida.

João Paulo Rodrigues



posted by Revista Nerd @ 13:06   0 comments
Santos e Demônios (A guide to recognizing your saints)
Dito Montiel é um sujeito de múltiplos talentos. Aos 37 anos, esse nova-iorquino, filho único de um nicaraguense que trabalhava consertando máquinas de escrever, vem se desdobrando, ao longo dos últimos 20 anos, em compositor, músico, escritor e cineasta, necessariamente nessa ordem, pois de acordo com o próprio, ele é, antes de tudo, um compositor de músicas, e é através dela que consegue manifestar todas as outras formas de se expressar. Uma dessas formas de expressão resultou no excelente filme, lançado em Setembro de 2006 (e que infelizmente não estreou por aqui, mas há rumores de que saia em Outubro) e baseado no livro homônimo de Montiel, lançado em 2003 e que prontamente virou best-seller nos EUA, no qual ele debutou como diretor e roteirista e teve o cantor Sting entre os produtores, e abocanhou prêmios nos festivais de Sundance e Veneza, além de várias indicações ao Independent Spirit Awards, sendo bastante elogiado pela crítica.

No filme, baseado em alguns capítulos do livro, Dito (Robert Downey Jr.), um escritor de sucesso que vive em Los Angeles, conta, de uma maneira belíssima e ao mesmo tempo melancólica, como foi a experiência de retornar ao violento bairro de Astoria, no Queens, após 15 anos de ausência, ao receber a notícia de que o pai estava seriamente doente, e reencontrar os poucos amigos de infância que não estavam mortos ou presos. A partir daí, o que vemos é uma verdadeira enxurrada de memórias da adolescência de Dito (representado por Shia Labeouf, que faz bonito também em papéis dramáticos, bem diferente dos tipos engraçadinhos que o tornaram conhecido pelo grande público nos recentes Transformers e Paranóia) na Nova Iorque de 1986, onde em meio a um verão escaldante e embalados por uma trilha sonora que vai de Kiss, com a ótima “New York Groove”, até “Don’t go breaking my heart”, com Elton John, são expostos todos os fatos que culminaram em sua “fuga” para a Califórnia. Somos então apresentados aos pais de Dito, Flori (Diane Wiest) e Monty (Chazz Palminteri), que são extremamente amorosos com o filho único, com quem mantêm um ótimo relacionamento; e aos “santos”: Laurie (Melonie Diaz/Rosario Dawson), a então namorada do rapaz; Antonio (Channing Tatum/Eric Roberts), o melhor amigo esquentado e ignorante de Dito, com quem volta e meia se desentende, mas que está sempre disposto a tudo para defender o amigo; Nerf (Peter Tambakis/Scott Campbell), Giuseppe (Adam Scarimbolo), o irmão meio maluco de Antonio, e as desbocadas Diane (Julia Garro) e Jenny (Eleonore Hendricks).

Um acerto de Montiel foi mostrar a interação com essa turma de uma maneira real, sem diálogos idealizados e sem querer tornar seus personagens mais interessantes ou inteligentes do que realmente são. Os diálogos são rasos, os papos são bobos, o vocabulário é limitado e todas as frases são permeadas por palavrões, até mesmo nas cenas mais românticas, em que no lugar do habitual “Eu amo você” ouvimos um “Eu quero transar com você”, mas que soa estranhamente sincero. São amigos que podem não acrescentar muita coisa de útil, mas com os quais se pode contar para qualquer coisa, dispostos a bater ou apanhar uns pelos outros antes mesmo de saber o motivo, e justamente por isso, Dito os chama de “santos”, já que se sente protegido de alguma forma, ao notar que é estranhamente poupado das coisas ruins. O elenco jovem masculino arrasa, com destaque para Shia Labeouf e Channing Tatum, que fazem da relação entre seus personagens um dos pontos altos do filme.

No entanto, tudo começa a mudar quando Dito conhece Mike O’Shea (Martin Compston), o novo colega de classe, um escocês de nome irlandês que sonha em ter uma banda de rock e cair na estrada, com quem Dito logo se identifica, já que pela primeira vez ele tem alguém com quem ter uma conversa mais “profunda” e logo os dois viram amigos e começam a fazer planos. Ao mesmo tempo, a violência crescente no bairro começa a assustar Dito, que começa a ficar desesperado com a idéia de ficar para sempre naquele lugar e viver uma vida medíocre. E é nesse ponto, quando Dito expõe suas intenções ao pai e aos amigos de se mudar, é que vemos o grau de carência dos personagens; todos tentam, de uma forma ou de outra, impedir o rapaz de ir embora, deixando-o entre duas opções nada atraentes, ou seja, a de ir embora e abandonar todos aqueles que ama, ou ficar ao lado deles e deixar seus sonhos de uma vida melhor para trás. Montiel usa o tempo todo flashbacks, e em alguns momentos a gente até se perde um pouco, até perceber que tantas idas e vindas são de propósito, e é aí que está talvez a grande beleza do filme: mesmo optando por ir embora, ele deixa bem claro que aquelas pessoas nunca deixaram de fazer parte de sua vida, e ao retornar para casa e ver que todos eles estão ali, e que são de carne e osso, causa em Dito uma sensação estranha, como se toda sua vida ao lado deles tivesse sido um sonho. No final, os espectadores mais otimistas podem achar que ele se detém demais nos personagens jovens e que poderia desenvolver mais os adultos, mas Montiel dispensa espertamente as reconciliações e as choradeiras, optando por mostrar que os personagens continuam sem saber expressar o amor que sentem um pelo outro, mas nem por isso deixam de tentar se entender.

Nota: 9,5

Virginia Santi
posted by Revista Nerd @ 12:54   0 comments
Editorial - Outubro
O espetáculo do crescimento! Sim, cada vez mais estamos crescendo, não só no numero de colaboradores como no de leitores e de divulgadores(nada mal com algo que começou em uma brincadeira!). Tentamos cada vez mais nos mantermos antenados com as novidades e sem apoio nenhum(cabine de imprensa ou mesmo viagens, afinal somos todos amadores) fazendo um trabalho o mais proximo do aceitavel. É claro que Tropa de Elite é o nosso mote principal nesse mês não só por ser um filmaço alardeado como toda uma polêmica por trás dele. Ainda temos dificuldades mas estamos só no começo do caminho. E que esse caminho seja bem longo!

Sasquash Cavalera - Diretor de Redação

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posted by Revista Nerd @ 12:44   0 comments
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