 Em Os Indomáveis, refilmagem do clássico western Galante e Sanguinário, o diretor James Mangold surpreende a todos. Quem diria que a mesma pessoa que dirigiu Garota Interrompida, Kate & Leopold, e Identidade acertaria em um tipo que poucos cineastas entendem atualmente (o western). Mangold também fez o bom Johnny e June (apesar de muitos não concordarem sobre a qualidade), mas verdade seja dita: Johnny e June é um filme de interpretações como a de Joaquin Phoenix (e há quem diga que a de Reese Witherspoon também). No filme, Christian Bale interpreta Dan Evans, um fazendeiro, que após a captura do lendário ladrão Ben Wade (Russell Crowe), é contratado para escoltar Wade até uma cidade vizinha, onde passa o trem para a prisão de Yuma as 3:10 da tarde (o trem que nomeia originalmente o filme, 3:10 To Yuma). O problema é que toda a gangue comandada por Wade está atrás de Evans para libertar seu chefe, e Evans terá que completar sua missão antes que seja morto por eles.
Eficiente escolha para a dupla principal do filme. Russell Crowe consegue (mais uma vez) um desempenho excepcional, criando um vilão (?) cruel, violento, com uma personalidade forte, e que possuí muita dignidade. Já Bale faz um calado Dan Evans, um triste fazendeiro que tenta reconquistar a admiração de seu filho mais velho, perdida devida a perda de um de seus pés na Guerra Civil norte-americana (que é somente explicada no final), e que busca com o trabalho conseguir o dinheiro para pagar as dividas que ameaçam que ele perca sua casa. Destaque também para o veterano Peter Fonda (como Byron McElroy, o rival que há tempos caça Ben Wade), um coadjuvante de altíssima categoria; para Ben Foster, voltando às boas atuações como Charlie Prince, vice-líder da gangue de Wade (apesar de, novamente, não chegar nem perto da sua ótima atuação em Bang, Bang, Você Morreu); e para o novato Logan Lerman (que só vinha fazendo besteiras como Núme ro 23 e Hoot após estrear na boa serie Jack & Bob, que só durou uma temporada) como William Evans, filho mais velho do personagem de Bale.
Destaque também para a bela fotografia do filme, para a ótima trilha sonora, para as duas cenas de tiroteio do longa (surpreendentemente bem dirigidas por Mangold), e para o estruturado roteiro, que permite o desenvolvimento de todos os personagens da trama sem a necessidade de se prolongar além dos 120 minutos convencionais. Pela primeira vez Mangold realmente impressiona. Mas o elenco deixa bem claro que a excelência do filme está neles (principalmente Russell Crowe e Christian Bale). O final pode desapontar a muitos, porém não diminuirá a excelência do filme (e muito menos da atuação de Crowe). Nota: 8.5 Daniel Miguel |