terça-feira, 6 de novembro de 2007 |
O ASSASSINATO DE JESSE JAMES |
 Jesse James, um dos maiores mitos americanos, sempre foi explorado a exaustão pela mídia. Também, não é de se estranhar. A história do pistoleiro mais conhecido do Oeste é simplesmente fascinante, desde seus anos áureos até seu covarde assassinato, cometido por um de seus comparsas e adoradores, Robert Ford. Andrew Dominik sabia desse potencial e anunciou um projeto ambicioso: um filme que englobava essa fixação de Robert com Jesse James, desde o começo da amizade dos dois até o inevitável desfecho trágico. O Assassinato de Jesse James não tem como protagonista o pistoleiro. O foco da história é Robert Ford, o franzino e deprimente homem que queria ser igual ao ídolo. Praticamente uma metáfora sobre os dias atuais, onde a mídia endeusa várias celebridades, assim arrancando atenção exagerada do público. Jesse James é uma celebridade e Robert Ford, seu fã número 1. A fixação é tanta que Robert acaba procurando Jesse e acaba por entrar em sua gangue, pouco a pouco se tornando um de seus comparsas favoritos. A partir daí, Robert descobre que seu ídolo não é exatamente o que ele esperava. O maior acerto do filme é tratar de desmistificar a figura de um dos mais notáveis personagens da história americana. No melhor duelo de interpretações do ano, Brad Pitt e Casey Affleck mostram que são atores do primeiro time de Hollywood, em performances intimistas, repletas de nuances. O filme é uma verdadeira obra-prima, um western autoral com traços de drama psicológico. Embora seja longo (168 minutos), o filme nunca é arrastado. É cinema na concepção mais pura da palavra, com um cuidado enorme nos aspectos técnicos e narrativos. Andrew não tem pressa em desenvolver seus personagens. Como consequência, presenciamos Jesse James, antes só conhecido como mito do Velho Oeste, se tornar um personagem tridimensional. Um homem melancólico atormentado. Os membros da Academia provavelmente torcerão o nariz para a longa duração do filme, seus intermináveis silêncios, sua abordagem profunda. Mas eis aqui um filme que não precisa de prêmios para ser consagrado. Um filme único, singelo, e emocionante. NOTA 9,5
Eagle Tamer |
posted by Revista Nerd @ 12:08   |
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