Revista Nerd
terça-feira, 6 de novembro de 2007
Jogos Mortais IV

Dois homens aprisionados em uma sala, acorrentados a uma máquina como se estivessem em uma espécie de cabo de guerra. Um homem tem as pálpebras costuradas, o outro tem a boca costurada. Eles não conseguem se entender. Eles encontram, no perímetro que a corrente lhes permite alcançar, um machado e um gancho (algo como um atiçador de lareira). O “mudo” enxerga, pendurada no pescoço do “cego”, a chave que abre o seu cadeado e vai pegá-la. O “cego” não compreende o que ele quer fazer (afinal, não pode ver e o outro não pode explicar) e começam a travar uma luta corporal. O “cego” fere o “mudo” na perna com o atiçador e o “mudo” pega o machado e...

Assim, com essa cena, começa a quarta parte da franquia de Jogos Mortais, uma franquia muito bem sucedida, diga-se de passagem, que se iniciou em 2004.

Dessa vez, sabe-se desde o início (ou do final da terceira parte) que Jigsaw (Tobin Bell) e sua aprendiz, Amanda (Shawnee Smith de A Dança da Morte), estão mortos.

O filme acontece apenas quatro dias depois do assassinato da Agente Kerry (Dina Meyer de Tropas Estelares), cujo corpo é encontrado pelo detetive Hoffman (Costas Mandylor de Assassino Virtual) e pelo comandante Rigg (Lyriq Bent de Visões de um crime), e, no rastro de sua morte, entram em cena dois experientes agentes do FBI, Agente Strahm (Scott Patterson da série televisiva Gilmore Girls) e Agente Perez (Athena Karkanis) que chegam para tentar analisar o que sobrou das armadilhas de Jigsaw e assim tentar reunir todas as peças de mais um quebra-cabeças.
Entretanto, o comandante Rigg é repentinamente seqüestrado e arrastado para o angustiante jogo. O oficial tem apenas noventa minutos para superar uma série de armadilhas interligadas ou enfrentar as conseqüências mortais.

Nesse ínterim, o FBI, com a ajuda do detetive Hoffman, descobre pistas há muito ocultas que os levam de volta a Jill (Betsy Russell), ex-mulher de Jigsaw.
Pronto! Está montado o cenário que mostrará a origem da maldade de Jigsaw (inclusive o porquê da máscara do porco), expondo as verdadeiras intenções do mestre das marionetes e o plano macabro para suas vítimas do passado, do presente e do futuro.

Eu sou fã da Franquia, que fique logo claro, mas escrever sobre Jogos Mortais IV não é uma tarefa fácil, pois, por qualquer descuido, eu posso revelar, por menor que seja, algum detalhe importante do filme e estragar a surpresa de quem for assisti-lo.

O filme amarra todas as pontas soltas dos filmes anteriores com uma precisão que você irá se perguntar: “Como eles conseguiram não esquecer coisa alguma?” “Como eles conseguiram interligar todos os personagens?” “Como?”.

Interligar todos os personagens? Sim, nesse filme você verá muitos personagens, antigos ou não, e acredite, quanto menos você souber, melhor!

O filme segue o mesmo caminho dos anteriores (Em minha opinião, esse é o segundo melhor da série, só perdendo para o primeiro) e é quase (eu disse quase) o mesmo feijão com arroz de sempre, o diretor Darren Lynn Bousman (desse filme e da segunda e terceira parte) continua abusando dos cortes frenéticos (acho inclusive que já virou sua marca registrada!), as seqüências das mortes estão mais elaboradas, os atores (alguns) conseguem convencer em seus papéis, com destaque para Tobin Bell (que nasceu para essa personagem).

O que diferencia esse filme das seqüências anteriores é o Roteiro, que com uma eficiência fora do normal conclui um ciclo e dá início a outro, interligando os quatro filmes de uma maneira convincente e arrebatadora que além de fazer você pensar por um bom tempo, vai dar-lhe certeza de que não foi enganado em momento algum nos filmes anteriores.

E o sangue? Continua jorrando aos borbotões, inclusive, acho importante falar que é o mais violento da franquia, nos EUA ganhou classificação NC-17 (ou seja, só pode ser visto por maiores de 18 anos, independente da autorização dos responsáveis), o que eu acho um pouco exagerado, mas não deixa de ter sua razão, o filme é bastante violento realmente e você irá, com toda certeza, “quicar” na poltrona do cinema durante as cenas mais fortes (a isso se inclui a primeira cena do filme, narrada no início desse texto).

Enfim, um filme memorável que vale a pena ser conferido nas salas de cinema no próximo dia 26, mas não se esqueça, se você ainda não viu ou se você já viu e esqueceu algum detalhe, corra até a locadora mais próxima e dê uma conferida nos três filmes anteriores antes de assistir a quarta parte, porque, acredite, todo detalhe será importante.

Nota 8,5

PH Marinho
posted by Revista Nerd @ 11:19  
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