Revista Nerd
terça-feira, 6 de novembro de 2007
Quebra de Confiança
Inspirado em fatos reais, Quebra de Confiança, narra os dois últimos meses em liberdade de Robert Hanssen (Chris Cooper), um renomado agente do FBI, prestes a se aposentar, que foi considerado culpado por traição aos EUA e que, durante um período de 25 anos, vendeu, deliberada e sistematicamente, informações da inteligência Americana à antiga União Soviética.
O filme trata, exatamente, de como Robert Hanssen foi desmascarado e preso com a ajuda de Eric O’Neill (Ryan Phillippe), um jovem agente em treinamento, que é escolhido a dedo para participar dessa missão.
Essa é a sinopse de Quebra de Confiança, excelente drama dirigido com competência por Billy Ray (De O Preço de Uma verdade), que trata de espionagem, religião e, é claro, confiança.
Filmes baseados em fatos reais tendem a não ter surpresas, mas o roteiro impecável, a direção segura de Billy Ray e a interpretação soberba de Chris Cooper prendem nossa atenção até o final.
O filme começa mostrando Eric O’Neill, ainda um Agente em Treinamento, determinado e ambicioso, já casado com a jovem Juliana (Caroline Dhavernas), em uma missão bem sucedida. É quando, então, ele é procurado pela Agente Especial Kate Borroughs (Laura Linney), que lhe oferece a chance de ingressar em uma nova missão: vigiar todos os passos do agente Hanssen. Ele é promovido à central do FBI e é designado a trabalhar para o renomado Agente Hanssen que tem que chefiar uma nova divisão criada para proteger todas as informações confidenciais da inteligência do FBI.
Logo num primeiro contato, Hanssen se mostra um homem desconfiado e hostil, mas Eric percebe, então, que há algo errado em vigiar Hanssen, um homem aparentemente honesto e religioso ao extremo. E é justamente nessa parte do filme, que podemos chamar de primeira, que vamos sendo apresentados a Robert Hanssen, sob o ponto de vista de O’Neill, ou seja, durante 40 minutos, perguntamo-nos por que o FBI desconfia desse homem tão religioso? Desse marido tão dedicado? Desse avô tão amoroso? Desse homem tão preocupado com o bem estar de um assistente?
E quase somos enganados pelas qualidades de Hanssen, não fosse a personagem de Laura Linney (kate Borroughs), que aparece em momentos chave para nos lembrar que esse homem é, na verdade, muito perigoso. E é a partir do momento que kate abre o jogo para O’Neill, já quase desistindo da missão por não acreditar que aquele homem tenha algum tipo de culpa, que vamos perceber a verdadeira face de Hanssen.

Quanto às interpretações:

Chris Cooper (De Adaptação) dispensa qualquer outro adjetivo senão um: Magistral. Ele simplesmente está perfeito, não poderia haver escolha mais acertada para o papel de Robert Hanssen. Talvez seja pretensão minha, mas Gostaria de vê-lo indicado a certa estatueta dourada no ano que vem.
Laura Linney (De Kinsey – Vamos falar de Sexo), apenas burocrática, não por culpa dela, mas da própria personagem. Consegue imprimir o peso necessário à sua Kate Borroughs.
Ryan Phillippe (De Segundas Intenções), apesar da sua eterna expressão “mamãe, eu sou ator sério” durante o filme inteiro, não conseguiu convencer-me como o jovem agente Eric O’Neill, apesar de não comprometer a trama em momento algum. A bem da verdade, você só lamenta o fato de um personagem tão forte estar nas mãos de um ator tão fraco.
Caroline Dhavernas (Guardem esse nome – De Hollywoodland) interpreta com muita convicção a esposa de Eric, Julianna O’Neill.
Complementando o elenco, temos as participações de Kathleen Quinlan (De Apollo 13) interpretando a esposa de Hanssen, Bonnie; Dennis Haysbert (de Longe do Paraíso) como o Agente especial Plesac; Gary Cole (De A Família Sol Lá Si) como Rich Garces, Agente especial que ajudou a supervisionar a operação que trouxe Hanssen para a armadilha do FBI e Bruce Davison (De X-Men) como o pai de Eric, John O’Neill.

Apesar de algumas pequenas falhas no roteiro deixarem algumas pontas soltas, Quebra de Confiança apresenta situações reais e menos “cinematográficas” que a maioria dos filmes de espionagem, conseguindo uma interessante ambigüidade nas motivações que levaram Hanssen a trair o seu próprio país.

Pena que temas tão fortes e polêmicos, Como a Opus Dei e o fato de Robert Hanssen ser um pervertido sexual, apesar de fervorosamente religioso, não tenham sido aprofundados.

Nota 8,0

PH Marinho
posted by Revista Nerd @ 10:27  
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