Revista Nerd
terça-feira, 6 de novembro de 2007
Desbravadores
“Em uma América primitiva, selvagem, 500 anos antes de Colombo chegar às suas margens, acontece uma batalha épica entre amor e ódio que mudará o destino de um homem e o futuro de uma nação: DESBRAVADORES. Esta saga de ação e aventura recria uma das mais fascinantes eras da história da humanidade; e, entretanto, nunca vista antes, quando embarcações "dragão" dos vikings das misteriosas terras nórdicas chegaram do nada para invadir uma América do Norte imaculada. Inspirado por descobertas históricas, porém forjado com a magia e o estilo de um romance gráfico moderno, DESBRAVADORES ganha vida em uma experiência cinematográfica repleta de ação”.

Essa é a sinopse de Desbravadores (Pathfinder). Bacana não? Pomposa! Mas é a única coisa que presta nesse filme. O Diretor Marcus Nispel (Do razoável Remake de O Massacre da Serra Elétrica) simplesmente errou (e feio) na mão e nos forneceu um filme totalmente equivocado. O filme inicia-se com uma índia norte-americana resgatando o filho de um viking, com 11 anos de idade, dos destroços de um barco repleto de corpos mutilados e massacrados por alguma batalha (sabe-se lá Deus qual terá sido o propósito da batalha).
Passam-se os anos e o garoto torna-se um homem, e toma a forma de Karl Urban (O Éomer de O Senhor dos Anéis) e é apelidado pelos nativos de o Fantasma (devido a sua pela clara). Em um belo dia, o Fantasma resolve levar a sua irmã caçula para um passeio na floresta, no meio do caminho, ele avisa a irmã que estará tomando conta dela e a deixa brincando na companhia de um cachorro, nesse momento, a câmera corta para o Fantasma já no alto de uma montanha nevada para logo em seguida voltar para a indiazinha sendo encontrada pelos vikings (que mais parecem monstros saídos de algum pântano, além de nos serem apresentados como uns sádicos, perversos, verdadeiros monstros) para logo depois ser assassinada junto com a mãe e o restante da sua tribo, nesse outro momento a câmera mais uma vez corta para o personagem de Karl Urban que, inexplicavelmente, já está do outro lado da ilha (?).

Nesse momento, também, o espectador perde a paciência com o filme. A partir daí, é uma sucessão de erros, um verdadeiro samba do crioulo doido: plantas típicas de florestas tropicais integrando o cenário de uma típica floresta de Tundra; raças de cachorros típicas da cidade grande convivendo com os índios dentro da floresta cerrada, vikings devidamente preparados com trenós para altas perseguições aos índios, roupas misteriosas que aparecem e desaparecem do corpo do personagem principal que, em uma única tomada, aparece vestindo três (sim, eu disse Três! – Tanga, casaco de pele de raposa, calça comprida de couro) tipos de roupas diferentes, chefes indígenas velhacos que conversam com ursos pardos gigantes para em seguida matá-los, olhos arrancados e costurados, cicatrizes que aparecem e desaparecem do rosto do viking que teve o olho arrancado de acordo com o gosto do freguês, e a lista continua, é enorme.

E os diálogos? Eles têm a profundidade de um pires, numa cena, a filha de um chefe indígena de outra tribo conversa com o Fantasma: “O Coração do Homem tem dois lobos, um se chama amor, o outro se chama ódio”, chega a ser constrangedor.

Mas, infelizmente, não acabou por ai, a cena final, a que seria o grande clímax, a hora que todos deveriam segurar-se nas suas cadeiras, faz o público cair na gargalhada de tão ridícula (não vou contar por que tenho até vergonha de falar).
Enfim, fica uma pergunta, por que um filme desses não sai direto para o mercado de vídeo? Não que ele mereça ser visto nem no conforto da sua casa, absolutamente, o que me faz então fazer outra pergunta: Por que fazer um filme tão vazio quanto um pastel de feira? Sinceramente, gostaria de poder responder a essa pergunta.

Eu daria zero para esse filme, mas vou elevar a minha nota e justificá-la por um único motivo: Karl Urban. Além dele não ter culpa alguma, é impressionante ver a força de vontade que ele tem ao chamar a responsabilidade para si, mas uma andorinha só não faz verão, ou no caso específico desse filme, inverno! Karl Urban não merecia! Nós também não!

Nota 1,0

PH Marinho
posted by Revista Nerd @ 11:11  
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