Revista Nerd
terça-feira, 6 de novembro de 2007
Especial Faroeste

♫ No Velho oeste ele Nasceu... ♫
♫ E entre bravos se criou... ♫

♫ Seu nome lenda se tornou... ♫

♫ Bat Masterson... ♫

♫ Bat Masterson!!! ♫


Mas não foi só o nome de Bat Masterson que virou lenda. Nomes como os de Billy The Kid, Doc Holliday, Jane Calamidade, Wyatt Earp, Jesse James, Tex, Buffalo Bill, Robert Ford, Cactus Jack, “Rooster” Logburn, Brigadeiro George Crook, Big Nose Kate, Pat Garrett, Josephine, Gerônimo, Os irmãos McLaury, Tenente Gatewood, Os Irmãos Morgan, Ringo “Angel Face”, Charming Jones, Maverick, Annabella, entre tantos outros personagens (fictícios ou não) que habitam a nossa mente juntamente com as imagens de Pradarias, Penhascos rochosos, Planícies, Tiroteios, Chapéus com Abas largas, Duelos, recompensas, Fortes apaches, Cidades-fantasma, Saloons, Banhos em tonéis, Escalpos, Dançarinas de Cancã, Polícia Montada, Cactos, Diligências, Abutres, Cavalos, Bisões, Índios Americanos, Xerifes, Mocinhas, bandidos, Caubóis e Mocinhos, Formam o cenário do que um dia foi considerado (E ainda é considerado pelos mais puristas) o “Cinema Americano por excelência”, o Western.

Antes de qualquer coisa, o chamado cinema Western é também conhecido como "Filmes de cowboys" ou "Filmes de Faroeste", ou ainda “Filmes de Bag-Bang”. E o nome do gênero Western, em uma tradução aproximada, significa "ocidental" e refere-se à fronteira do Oeste norte-americano durante a colonização. Esta região era também chamada de Far west - e é daí que se originou o termo Faroeste, muito usado aqui no Brasil. Já o Nome Bang Bang teve origem nas promoções que eram feitas nas antigas matinês e tb dos quadrinhos. Isso por que o gênero não ficou restrito ao cinema, ele invadiu vários outros veículos como a literatura (livros, Revistas em quadrinhos), a televisão (filmes feitos exclusivamente para a Tv, Seriados), estações de Rádio (Cowboys cantores) e até o Circo (apresentações de Cowboys com seus cavalos adestrados são comuns até hoje) não sairam incólumes.


♫ Não Existe nada mais antigo... ♫ ♫ Do que Cowboy que dá 100 tiros de uma vez... ♫

O primeiro Cowboy astro de cinema se chamava Broncho Billy Anderson, que alcançou a popularidade devido a pelo menos uma centena de curtas metragens que participou depois de ter protagonizado O Grande Roubo do Trem, um dos primeiros Westerns do cinema, dirigido por Edwin S. Potter em 1903. Mas ele não ficou muito tempo reinando sozinho, William S. Hart, ator nascido em 1865, que falava o idioma dos índios Sioux e foi amigo íntimo de Wyatt Earp (Famoso xerife que derrotou os Irmãos Clanton no duelo do Curral OK, na cidade de Tombstone, Arizona), logo se tornou astro de um gênero que ainda dava os primeiros passos.
In Old Califórnia foi o primeiro filme rodado em Hollywood, um Western dirigido por D.W. Griffith em 1910. Em 1913, Tom Mix iniciava a sua carreira rumo a se tornar o Cowboy mais popular do cinema mudo em An Apaches’s Gratutude. Já em 1914, Cecil B. DeMille estreava nos cinemas com outro Westen, The Squaw Man, e ainda no mesmo ano, realizou para o cinema a obra pioneira nos EUA do Western literário, The Virginian.

O Western foi evoluindo constantemente, por causa do grande sucesso de popularidade, e em 1923 James Cruzes realizava o primeiro épico do gênero, The Covered Wagon, sobre uma longa viagem pelo Oeste Selvagem e no ano seguinte John Ford fazia sucesso com The Iron Horse, sobre a construção de uma estrada de ferro.
Com o grande sucesso do gênero, os estúdios passaram a produzir mais de uma centena de filmes de Bang-Bang por ano. Em 1930, Raoul Walsh filmou A Grande Jornada utilizando pela primeira vez a película de 70 mm, que permitia englobar toda a paisagem existente nos lindos cenários de planícies e penhascos da fronteira ocidental. O filme foi um sucesso e ainda nos revelou um dos mais carismáticos atores de Hollywood, John Wayne. Mais isso é um capítulo à parte.
Em 1931, Wesley Ruggles dirigiu o primeiro filme do Gênero a Ganhar um Oscar de Melhor filme, Cimarron.

E a partir do Oscar, Não teve jeito, o Western, o símbolo máximo do patriotismo americano caiu no gosto de crítica e público, e explodiu de vez e reinou tranquilamente nos anos seguintes. Muito dessa idade dourada do Western americano se deve a John Ford, diretor símbolo máximo do gênero. Considerado por muitos como o Pai do Western, embora tenha se aventurado em outros temas, ninguém jamais soube retratar o Oeste inóspito como ele. Fez uma série de filmes com o nome de Jack Ford e, depois foi premiado com Oscars por filmes como O Delator (35), o clássico No tempo das Diligências (39) com James Stewart, Vera Miles e Lee Marvin, Vinhas da Ira (40) e Como era verde o meu Vale (41).

Um dos seus filmes mais importantes foi Paixão dos Fortes (46) com Henry Fonda, Linda Darnell e Victor Mature no elenco, onde ele nos conta a saga de Wyatt Earp e Doc Holliday, incluindo o famoso tiroteio no Curral OK - personagens e local reais que se tornaram mitológicos na história do Oeste Americano. Uma das suas criações mais famosas, O homem que matou o Facínora (62) com John Wayne, Woody Stroode, James Stewart, Lee Marvin e Edmund O’Brien, é por muitos considerado o maior Western de todos os tempos. A cavalaria sustentou a carreira de Ford com uma série de épicos como a famosa trilogia Sangue de Herói (48), Legião Invencível (49) e Rio Bravo (50). Rastro de Ódio (56) é considerado o mais forte de todos os filmes de Faroeste e Crepúsculo de uma Raça (64) foi seu canto do cisne no gênero, onde ele reparou alguns aspectos de suas representações anteriores dos índios Americanos.
Em 1954 foi lançado Johnny Guitar, dirigido por Nicholas Ray. Foi o primeiro Western a ter mulheres como protagonistas. O mérito coube a Joan Crawford e a Mercedes McCambridge, duas mocinhas que disputavam o coração de um forasteiro interpretado por Sterling Hayden. O filme não fez sucesso, mas entrou para a história por ser o precursor do destaque feminino no gênero.
Outros filmes e Cowboys famosos desse período de Ouro foram: Tumblin Tumbleweeds (35) com Gene Autry (e seu cavalo Champion); A Carga da Brigada Ligeira (36) com Erroll Flynn e Olívia de Havilland; O último dos Moicanos (36) com Randolph Scott; Song of the Gringo (36) e The Cowboy from Sundown (40) ambos com Tex Ritter e Syd Sauler; Days Off Jesse James (39) com Roy Rogers (e seu cavalo Trigger); Jesse James (39) com Tyrone Power e Henry Fonda; Aliança de aço (39) com Joel McCrea, Barbara Stanwyck e Robert Preston; A Lei do mais forte (39) com James Cagney e Humphrey Bogart; Buffalo Bill (44) com Joel McCrea e Maureen O’Hara; Winchester 73 (50) com James Stewart, Rock Hudson, Shelley Winters e Kevin McNally; Matar ou Morrer (51) com Gary Cooper (Oscar de melhor ator por esse filme), Grace Kelly e Lloyd Bridges; Os brutos também amam (53) com Allan Ladd e Jack Palance; A lança Partida (54) com Spencer Tracy, Robert Wagner e Richard Widmark; Homem sem Rumo (55) com Kirk Douglas, Jeanne Crain e Richard Boone; Gatilho Relâmpago (56) com Glenn Ford e Broderick Crawford; Sem Lei e sem Alma (57) com Burt Lancaster, Rhonda Fleming e Kirk Douglas; O Álamo (60) com John Wayne, Richard Widmark, Laurence Harvey e Frankie Avalon; Sete Homens e um destino (60) com Yul Brynner, Charles Bronson e Steve McQueen; A Face Oculta (61) Com Marlon Brando, Ben Johnson, Katy Jurado e Karl Malden; Dívida de Sangue (65) com Jane Fonda, Lee Marvin e Nat King Cole; Butch Cassidy (69) com Paul Newman e Robert Redford; Rio Lobo (70) com John Wayne e Jennifer O’Neill;

Durante as décadas de 60 e 70, o Western sentiu que precisava se reinventar, afinal de contas, ele já funcionava a pleno vapor há vários anos e mudanças se faziam necessárias antes que o gênero se esgotasse e caísse no Ostracismo.
Foi quando surgiram as produções vindas da Alemanha, da Espanha e principalmente da Itália, dando origem ao que costumamos chamar de “Western Spaghetty”.
O “Western Spaghetty” tinha como característica principal um teor de violência extrema e muita, mas muita ação, além de um alto reconhecimento Melodramático.
E no rastro do que podemos chamar de “subgênero”, vieram novos diretores como Sergio Leone, que injetou novo gás ao Western ao dirigir a famosa trilogia dos dólares (Por um punhado de dólares; Por alguns dólares a mais e Três homens em conflito em 64, 65 e 66 respectivamente) que lançou Clint Eastwood ao estrelato. Sergio Leone também criou um dos maiores épicos da história do Cinema: Era uma vez no Oeste (68), injustamente um fracasso de crítica e público à época do lançamento, o filme nos conta a história de um pistoleiro que é contratado para matar uma viúva, herdeira de terras por onde vai passar uma ferrovia. Henry Fonda está assustador de tão perfeito em seu primeiro e único papel como vilão, assim como o restante do elenco. Isso sem falar na trilha sonora memorável de Ennio Morricone, que se tornou clássica.
Nessa época além de Clint Eastwood, surgiu uma nova geração de atores e nomes como os de Cláudia Cardinalle (Era Uma Vez no Oeste); Richard Harris (Um homem chamado Cavalo); Klaus kinski (Por um Punhado de Dólares); Lee Van Cleef (Matar ou Morrer); Gabriele Ferzetti (Era uma Vez no Oeste); James Coburn (Pat Garreth e Billy the Kid); Jason Robards (Era uma vez no Oeste); Franco Nero (Django); Giuliano Gemma (O Dólar furado); Charles Bronson (Era uma Vez no Oeste); ficaram eternizados na nossa memória.

Nessa mesma época surgiu Sam Peckinpah, que dirigiu o sangrento Meu ódio será tua herança (69) que ganhou notoriedade pelo excesso de violência. A sua obra prima, porém foi Pat Garrett e Billy the Kid (73). Ainda nessa época surgia também o italiano Enzo Castellari, responsável pelo excepcional Keoma (76) com Franco Nero e Donald O’Brien.
Já em 1974, Mel Brooks, à época, o rei da sátira em Hollywood também não quis ficar de fora e satirizou todo o gênero ao contar a história de um xerife negro que é escolhido para impor a lei numa cidade do velho oeste em Banzé no Oeste.

A televisão já havia surgido há alguns anos e o gênero foi ganhando cada vez mais e mais fãs. E atores (alguns egressos do cinema mudo) como Audie Murphy, Tom Mix, Gene Autry, Bill Pickett, Herbert Jeffreys, Johnny Mack Brown, Rex Allen, Roy Rogers e sua esposa Dale Evans tornaram-se uns dos primeiros ídolos da TV e faziam a festa dos fãs nas matinês de antigamente, assim como alguns animais também ficaram muito famosos, animais como os cavalos Trigger, Stardust e Champion e o Pastor Alemão Rin tin tin.
As séries televisivas também fizeram muito sucesso, como não citar Bonanza, Cisco Kid, Zorro, Rin tin tin, Gusnsmoke – A lei do revólver, Maverick, McCloud, Daniel Boone?
E no rastro dessas séries mais atores se tornaram conhecidos, atores como Lorne Greene; Pernell Roberts; Dan Blocker; Michael Landon; Guy Williams; Lee Arker; Henry Calvin; Fess Parker; Verônica Cartwright; Denis Weaver dentre outros.


♫ Oh Suzana Não chores por mim ♫
♫ Volto pro Alabama pra tocar meu banjo assim ♫

Os anos 80 foram anos difíceis para o Western, não fosse por algumas poucas produções, a década passaria em brancas nuvens. Cactus Jack, O vilão (finalzinho de 79), uma comédia Bobinha com Kirk Douglas, Ann-Margret e um jovem e ainda pouco conhecido Arnold Schwarzenegger é um exemplo dos filmes dessa época, assim como Jovem Demais para Morrer (88) e Jovem demais para Morrer II (90).
Aliás, falando em Jovem demais para Morrer, o filme além de ter uma trilha sonora bacana, nos conta a saga de Billy the Kid e seus companheiros e têm no elenco nomes como os de Emilio Estevez, Kiefer Sutherland, Casey Siemaszko, Charlie Sheen, Lou Diamond Phillips e Dermot Mulroney. O filme fez um sucesso inesperado e serviu para trazer o Western novamente a moda.

Em 1990, Kevin Costner arrebata sete Oscars (incluindo os de melhor Filme, melhor diretor e melhor roteiro adaptado) e ainda consegue indicações para Mary McDonnel e Graham Greene como melhores coadjuvantes para o seu Dança Com Lobos. O filme conta a história de um tenente que durante a Guerra Civil Americana, vai para um território ainda dominado pelos índios Sioux. O filme é um pequeno épico intimista ecológico e defensor da cultura indígena, com uma bela fotografia e uma ótima trilha sonora de John Barry.
Mas isso era apenas a ponta do Iceberg. Em 1992, Clint Eastwood dirigiu o que pode ser considerado a Obra prima do Gênero, Os Imperdoáveis. Tendo um excelente roteiro e um elenco competente (Morgan Freeman, Gene Hackman, Frances Fisher, Richard Harris, Saul Rubinek e o próprio Clint encabeçando o elenco) nas mãos, Clint Eastwood nos conta a história de um matador viúvo e aposentado que volta a ativa quando é contratado para descobrir o paradeiro de um homem que retalhou o rosto de uma prostituta.
O filme fez um estrondoso sucesso e Clint Eastwood levou o Oscar de melhor filme e melhor diretor para casa, assim como Gene Hackman levou o seu de melhor coadjuvante.

O sucesso de Os Imperdoáveis fez com que a máquina de Hollywood não deixasse de lado o faroeste e uma nova enxurrada de filmes de Bang-Bang assolou as salas de cinema nos anos seguintes: Wyatt Earp de Lawrence Kasdan com Kevin Costner no papel-título, Dennis Quaid (Como Doc Holliday), Tom Sizemore (Como Bat Masterson), Gene Hackman (como o patriarca da família Earp), Mary Steenburgen (como Big Nose Kate, namorada de Doc), Adam Baldwin e Rex linn (como os Irmãos McLaury) e Joanna Going e Annabeth Gish (como Josie e Urilla, respectivamente a esposa e namorada de Wyatt Earp); Maverick de Richard Donner com Mel Gibson, Jodie Foster e James Garner; Rápida e Mortal de Sam Raimi com Sharon Stone, Gene Hackman (de novo!), Russel Crowe e Leonardo DiCaprio; Quatro Mulheres e um Destino de Jonathan Kaplan com Madeleine Stowe, Drew Barrymore, Andie MacDowell e Mary Stuart Masterson; Tombstone - A Justiça está chegando de George Pan Cosmatos com Kurt Russel, Val Kilmer, Bill Paxton, Sam Elliott, Dana Delany, Jason Priestley e Charlton Heston; Gerônimo de Walter Hill com Jason Patric, Wes Studi, Gene Hackman (olha ele aeh de novo!); Robert Duvall e um Matt Damon em início de carreira; Rápido no Gatilho de Simon Wincer com Paul Hogan e Cuba Gooding Jr.; Jeito de Cowboy com Woody Harrelson e Kiefer Sutherland; Amigos, sempre amigos com Billy Crystal e Jack Palance; Até as Vaqueiras ficam Tristes de Gus Van Sant com Uma Thurman e Lorraine Bracco; Lendas da Paixão de Edward Zwick com Anthony Hopkins, Brad Pitt, Aidan Quinn, Henry Thomas e Julia Ormond; Wild Bill – Uma lenda do Oeste de Walter Hill com Jeff Bridges, Ellen Barkin, John Hurt, Diane Lane e David Arquette.

Só que, depois de passar por diversas fases e estilos desde o seu nascimento em 1903, e como se pode perceber nessa lista acima, o Western chegou a um ponto em que não mais permitia espaço para o Bang-Bang tradicional, aquele que fora criado para exaltar as ações dos grandes vaqueiros que invadiam o Oeste selvagem norte americano, o Western foi perdendo o interesse e cansando o público, e um filme como Os imperdoáveis poderia ser considerado o Canto do Cisne de um Gênero.

O Surgimento de um novo faroeste

Muitos pensaram que o faroeste tivesse morrido, mas a verdade é o chamado Cinema Americano por Excelência hibernou por uns bons anos, sem que nada que merecesse menção tivesse surgido (Pensando bem, Bater ou Correr data de 2000 e você até consegue dar algumas poucas risadas com Jackie Chan e Owen Wilson), até que Kevin Costner (Novamente ele) em 2003 estrelou e dirigiu o razoavelmente interessante Pacto de Justiça com Robert Duvall e Annete Bening.

Desde então vem surgindo esporadicamente alguns filmes do gênero, o que prova realmente que o Western ainda não acabou. Como exemplo do que Moulin Rouge fez para os musicais, o faroeste pode voltar a ter a sua hora. Clint Eastwood já colocou o ponto final, mas isso não significa que não possa surgir alguém com algo totalmente inovador e assim recomeçar o ciclo.
Essa hora ainda pode chegar. Alguns filmes estão surgindo discretamente, como o fraco Desaparecidas (2003) de Ron Howard com Cate Blanchett, Tommy Lee Jones, Evan Rachel Wood, Val Kilmer e Aaron Eckhart; A Proposta de John Hillcoat com Guy Pearce, John Hurt e Ray Winstone; Três Enterros de Melquiades Estrada de Tommy Lee Jones com Barry Peper, January Jones, Dwight Yoakam e o próprio Jones no elenco; Bandidas (2006) com Penélope Cruz, Salma Hayek e Steve Zahn.

O Segredo de Brokeback Mountain de Ang Lee também data dessa época, mas merece um parágrafo a parte por ser o primeiro filme do gênero a tratar com seriedade o tema da Homossexualidade masculina sem levantar bandeira alguma. O filme narra à vida de dois pastores de Ovelhas (Jake Gyllenhaall e Heath Ledger) que surpreendentemente se descobrem apaixonados um pelo outro. O filme foi um sucesso e concorreu a vários Oscars, mas infelizmente, o filme foi inovador demais para os velhinhos da academia que preferiram eleger Crash – No Limite como melhor filme. Uma pena, mas pelo menos alguém já deu o primeiro passo.

A grande verdade é que por mais inovadores tenham sido esses faroestes recentes, ainda não houve aquele novo “Boom” dos filmes de Bang-Bang, mas nos conforta saber que ele não morreu e aguardemos esse mês para ver o que O Assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford (2007) de Andrew Dominik (com Brad Pitt, Mary Louise Parker, Casey Affleck e Sam Rockwell no elenco, e que nos conta como foi à morte de Jesse James, lendário pistoleiro e líder de gangues no velho Oeste bravio. E como o próprio título entrega, o seu assassinato se deu por Robert Ford, membro de sua própria gangue, que atirou em suas costas para receber uma recompensa) pode fazer pelo gênero, para que cada vez mais possamos apreciar novamente a árida e hostil realidade do Velho Oeste.

Bom, e conforme o prometido lá em cima, eu não poderia terminar essa matéria sem falar dele, o Símbolo do faroeste, o caubói dos caubóis, pois não se pode falar de filmes de Faroeste sem lembrar de imediato do nome de JOHN WAYNE, o chamado Rei dos Caubóis.
Seu nome de batismo era Marion Michael Morrison. Os mais íntimos o chamavam de Duke, mas o mundo inteiro o conheceu como John Wayne, o mais durão dos caubóis do cinema. Não era mais ator que Gary Cooper, ou Henry Fonda, ou James Stewart, ou Marlon Brando, mas foi, sem dúvida, um dos mais carismáticos atores de Hollywood. Nascido no dia 26 de maio de 1907, em Winterset, no estado de Iowa, John Wayne perdeu sua última batalha contra o câncer em 11 de junho de 1979. Desde a infância estava predestinado a ser um vaqueiro. Aos cinco anos, sua família mudou-se para a Califórnia, onde comprou um rancho próximo ao deserto de Mojave. Ali, o pequeno Marion e seu irmão Bob se divertiam montando cavalos em pêlo. No ginásio, já com o apelido de Duke, quis ser advogado, depois sonhou em ser oficial da Marinha. Acabou indo estudar na Universidade do Sul da Califórnia. Em 1928, conheceu o cineasta John Ford, que ficou sendo um de seus melhores amigos. Deixou de lado o futebol americano que praticava na faculdade e foi trabalhar nos estúdios da Fox, onde fez pequenos papéis em faroestes inexpressivos, com o nome de Duke Morrison. Em 1930, ganhou sua primeira grande oportunidade pelas mãos de outro grande diretor, Raoul Walsh, estrelando "A Grande Jornada", no papel que era destinado a Gary Cooper. Ainda inexperiente, ele não soube aproveitar a boa chance e voltou aos faroestes classe B, até que John Ford requisitou-o para fazer o papel de Ringo Kid, em 1933, no filme "No Tempo das Diligências", que acabou ganhando o Oscar de melhor filme do ano. Sua estrela começava a brilhar.

"No Tempo das Diligências" foi o primeiro dos grandes faroestes do cinema e o início do sucesso na carreira de John Wayne, o caubói por excelência, com uma boa presença física e um grande carisma. John Wayne passou a ser um astro e vieram outros clássicos do cinema com seu nome em primeiro plano. E não foram só faroestes: estrelou filmes de guerra, como "Fomos os Sacrificados" (1945) e "Iwo Jima, o Portal da Glória" (1949); a trilogia de John Ford sobre a cavalaria - "Forte Apache" (1948), "Legião Invencível" (1949) e "Rio Bravo" (1950). "Depois do Vendaval" (1952) foi considerado um dos melhores filmes de Ford; Em "Hatari!" (1962), Wayne liderou um grupo de caçadores, mas foi como o caubói invencível que ele ficou para a posteridade: era Wayne o grande astro de "O Anjo e o Malvado" (1947), "Rio Vermelho" (1948), "Rastros de Ódio" (1956), "Onde Começa o Inferno" (1959), "O Homem que Matou o Facínora" (1962), "El Dorado" (1967) e "Bravura Indômita" (1968), que lhe deu o Oscar de melhor ator.
Por duas vezes tentou a direção, mas sem êxito. Primeiro com o filme "O Álamo" (1960) e, depois, com "Os Boinas Verdes" (1968), quando tentou mostrar a guerra contra o Vietnã como um conflito heróico, sem convencer ninguém. Em 1964, pôs à prova seu grande heroísmo - agora na vida real - quando descobriu que tinha câncer. Extirpou um dos pulmões, deixou de fumar e voltou aos estúdios. Em 1976, dirigido por Don Siegel, despediu-se do cinema em "O Último Pistoleiro", interpretando um pistoleiro que está morrendo de câncer, doença que o mataria três anos depois.

♫ Inhoruleiti, ♫
♫ Ioru, lei, lei, lei, lei, ♫

♫ Ouououou, le...i ♫


PH Marinho
posted by Revista Nerd @ 11:36  
2 Comments:
  • At 6 de novembro de 2007 às 12:42, Blogger Felipe Matos said…

    Apesar de em momento algum sair do senso comum e repetir alguns cliches, ficou muito interessante a revisão sobre o western. Muito melhor do que a revisão do número anterior. parabéns.

     
  • At 28 de maio de 2010 às 16:04, Blogger Vanderlei Rebolho said…

    Ola! Para mim que sou amante do faroeste, isto é um apanhado de relíquias e boas informações sobre o gênero. Pessoalmente sou admirador do cowboy John Wayne, já tenho 75 filmes dele e que adquirir o resto de seus filmes. Tambem gosto de Birt Lancaster, Rodoph Scott, Gregory Peck, Charles Bronson,Rock Hudson, James stewarte tantos outros. Parabens.

     
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